A data de 19 de agosto marca 4 anos de tombamento estadual das agências do antigo Banco Pelotense (atual Banrisul), localizadas nos municípios de Cachoeira do Sul, Pelotas, Rio Grande e Santana do Livramento.
Agência Matriz:
O Banco Pelotense foi fundado em 5 de fevereiro de 1906 e aberto ao público em 15 de fevereiro de 1906, estando inicialmente sediado na Casa de Câmbio de Plotino Amaro Duarte, um dos incorporadores financeiros da instituição; em 1910 o banco passa a ocupar parte térrea do prédio do Clube Comercial, ali permanecendo até ser construída sua sede própria, cuja obra iniciou em 1913 (os três prédios ainda existem).
O projeto foi da firma uruguaia “Perez Montero e Cia”, propriedade de Carlos Perez Montero, Donato Gaminara, Mário Moreau e Luiz Suarez. A construtora tinha sedes em Montevidéu e Pelotas. Günter Weimer, em sua tese (WEIMER, 1989) também apresenta outros dados: o construtor espanhol Paulo Torrens teria participado da execução e o arquiteto, provavelmente belga, Chrétien Hoogenstraaten teria sido autor do projeto. Weimer também salienta a dificuldade em afirmar com precisão quais os profissionais envolvidos e a participação de cada um deles na obra. Em parte, isso se deve ao fato de que o exercício da profissão não era regulamentado, sendo comum as empresas fazerem uma seleção entre vários projetos e contratarem diferentes profissionais para a execução de uma mesma obra. Quanto à ornamentação da fachada, teria sido contratada, por meio de concurso público em Buenos Aires, com a Oficina de João Vicente Friederichs, empresa que vinha se destacando em grandes obras na capital.
Em 5 de fevereiro de 1916, marcando seu décimo aniversário de fundação, o banco inaugurou o prédio próprio da Matriz.
Com a liquidação do banco, em 1931, o governo do Estado incorporou todo o seu patrimônio. O prédio foi, por alguns anos, ocupado pela Mesa de Rendas Estadual e, mais tarde, passou a ser ocupado pelo Banco do Rio Grande do Sul.
Foi executada, na década de 70, uma grande reforma, porém as características ornamentais da fachada foram mantidas. As duas cabeças de leão, projetadas para fixar a ideia de solidez e segurança da instituição, continuam se sobressaindo na entrada principal. A marca do Banco Pelotense foi substituída pela do Banco do Rio Grande do Sul.
Filial Cachoeira do Sul (Rua Sete de Setembro, 1.560):
A filial do Banco Pelotense foi aberta em 1916, inicialmente instalada na casa de Francisco Cunha na mesma rua onde foi em seguida construída sua sede própria, cuja obra foi iniciada em 1920. Os terrenos para a construção do imóvel foram adquiridos da Intendência Municipal. O projeto arquitetônico foi de Manoel Barbosa Assumpção Itaqui, e a execução, do construtor uruguaio Santiago Borba, sob a supervisão de Theobaldo Carlos Burmeister, funcionário do banco. Manoel Itaqui, nascido no município de mesmo nome, também projetou a sede do Banco Pelotense de Santa Maria. Segundo Mirian Ritzel, conselheira do COMPAHC de Cachoeira do Sul ( em texto do Processo de Tombamento do COMPAHC ), há referências de que a pintura externa do prédio e o espelho da escaiola da escada interna foram feitos por um pintor europeu de sobrenome Gimenez. A inauguração da nova sede aconteceu em 1922. Em 1931, ano em que o banco foi fechado, o imóvel passou a ser ocupado pelo Banco do Rio Grande do Sul que o adquiriu em 1942 e permanece, até hoje, no mesmo.
Filial Rio Grande:
Rio Grande foi a segunda cidade em que o Banco Pelotense abriu uma Filial, ainda no mesmo ano da sua criação. Inicialmente ocupou um prédio locado na Rua Marechal Floriano nº 76. Em 1919, foi iniciada a construção de um prédio próprio, instalando-se lá a filial em 1921. No ano de 1976, a Prefeitura Municipal adquiriu o prédio do Banco do Estado do Rio Grande do Sul.
Filial Santana do Livramento:
A filial do Banco Pelotense foi aberta em 1910. No Inventário Municipal, consta no item Datação o ano de 1915, o que é uma provável referência ao ano de construção do prédio. Não foram localizadas imagens antigas.
Quando da liquidação do Banco Pelotense, em 1931, o prédio passou a ser propriedade do Estado; em 1941, foi adquirido pelo Banco do Rio Grande do Sul que nele instalou sua agência; em 2006, o imóvel voltou a ser propriedade do Estado.
Fonte: Arquivo Sedac/Iphae
