Enquanto os trabalhadores em educação, tanto das escolas públicas, quanto das privadas, em todos os níveis, aguardam os próximos desdobramentos do ano letivo 2021, cujas práticas pedagógicas ou são através das plataformas na rede de internet, de maneira on-line e remota, ou física, com atividades devolutivas, o que mais se lê nas redes sociais, são desabafos destes profissionais, referentes as suas práticas. A defesa é sobre críticas referentes a não estarem em sala de aula, conforme foi, antes da disseminação do Novo Coronavírus. Muitos deles argumentam e justificam o quanto trabalham para dar conta do processo de ensino-aprendizagem neste período em que o vírus continua positivando pessoas e muitas delas não sobrevivendo.
Na medida em que os docentes vão a público defenderem-se, as mantenedoras solicitam às unidades de ensino a elaboração do plano de contingência para o enfrentamento à Covid-19, com a intenção de prepará-las para o retorno as aulas na modalidade híbrida – 50% ´presencial e 50% a distância. Também há o zum-zum de que o decreto para a volta as aulas na modalidade presencial está sendo considerado. Ao elaborarem o plano, correspondendo às medidas de proteção e segurança dos sujeitos que estarão em escolas enquanto o vírus circula, é possível perceber as necessidades das estruturas para o atendimento satisfatório destas medidas. Uma delas, é o profissional de higiene e limpeza, entre tantas outras necessárias.
Além das defesas constantes dos professores no Facebook, do possível decreto sendo cogitado e da elaboração do plano de contingência, a vacina, do que vem sendo noticiado, talvez não obedeça o calendário estabelecido. Diante do exposto, o sentimento é de que o balde seja chutado em detrimento ao bom senso.
O chute do balde deve começar com vacina para todos. Com o olhar mais generoso dos gestores para as unidades escolares, principalmente as que encontram-se nada correspondentes ao que o Plano de Contingência pede e com a percepção do quanto o processo educacional sofreu e sofrerá mudanças a partir da pandemia.
Não dá para desconsiderar que daqui para frente, muitas maneiras de fazer “a roda girar”, modificou-se e irá modificar-se. Uma delas, é como exercer a docência de maneira presencial. Por que, ao invés de criticarem os profissionais da educação por não estarem nos espaços físicos das escolas, em aula, juntem esforços para se informarem do porque a vacina, no Brasil, está em processo lento, correndo o risco de não imunizar a todos até o final de 2021? Que cerca de 20 milhões de famílias “unipessoal” receberão 4 parcelas de R$150,00 de auxílio emergencial; 16,7 milhões receberão quatro parcelas de R$ 250,00 e que 9,3 milhões de mães chefes de família monoparental receberão quatro parcelas de R$373,00? Que ao finalizar as parcelas do auxílio, o que está sendo planejado para os quase 30 milhões de brasileiros que vivem em situação de necessidade extrema? E que esse número aumentou nos últimos tempos, bem antes da pandemia? Que esses professores, não presencialmente em aula estão cumprindo seu dever de trabalho, recebendo seus salários e continuam movimentando a economia local e que as equipes diretivas atendem seus afazeres, distribuindo a alimentação escolar para as famílias de seus alunos mantendo as escolas organizadas e auxiliando, juntamente aos outros serviços as informações do Bolsa Família? Tem algum outro segmento de trabalho sendo criticado em redes sociais, ou os funcionários públicos, especificamente os professores são o alvo? Bem que deveriam ser “bola da vez” para a próxima leva de vacinas, né?!