Juíza libera pagamentos de palestras suspeitas de Lula

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Juíza libera pagamentos de palestras suspeitas de Lula
POLÍTICA
3 de outubro de 2020 - lula

Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um relatório da Polícia Federal apontou a ausência de indícios de ilegalidades envolvendo as palestras do ex-presidente e ex-detento, Luiz Inácio Lula da Silva. “A justificativa para manter-se o bloqueio da integralidade dos ativos financeiros de Luiz Inácio Lula da Silva baseava-se na suspeita da prática de crimes envolvendo as palestras ministradas pelo ex-presidente”, apontou a juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba. “Todavia, a autoridade policial concluiu não haver indícios nesse sentido, com o que concordou o MPF (Ministério Público Federal). Por tais motivos, o bloqueio integral de tais valores não mais se sustenta”, concluiu a magistrada.

As palestras de Lula foram alvo de cinco anos de investigações da Lava Jato. A decisão foi proferida na quinta-feira passada, em recurso sobre o espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Conforme a juíza, “como não houve comprovação de que os valores bloqueados possuem origem ilícita, deve-se presumir a sua licitude”.

O criminalista Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou que o “reconhecimento tardio” da legalidade das palestras servirá “para reforçar o abuso presente nas demais acusações formuladas pela Lava Jato” contra o ex-presidente.

A Polícia Federal investigou 23 palestras feitas por Lula contratadas pelas construtoras Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS. Os pagamentos pelas apresentações eram destinadas à LILS Palestras e Eventos, aberta por Lula após deixar a presidência. Ao todo, os valores chegaram a cerca de R$ 9,3 milhões.

O relatório da investigação foi concluído em dezembro do ano passado e apontou que, em princípio, não foram identificados elementos suficientes para caracterizar a origem ilícita dos recursos, “ou seja, se decorrentes de contrapartidas a benefícios conferidos a elas no cartel da Petrobras”.