Essa semana eu queria começar minha conversa com vocês lembrando essa música composta por Sérgio Britto da banda Titãs, e que me fez refletir muito sobre esse mês tão importante para nós, trabalhadores de saúde mental, que é o mês de prevenção ao suicídio. Assim como muitos de vocês, eu também já me questionei o que faz uma pessoa não querer viver, e no fundo todos sabemos que aquela pessoa não conseguiu ver horizontes; e que talvez ela se sinta como nos versos da música: sem saída, mas ainda há de haver saída, nenhuma ideia vale uma vida!
Talvez, somente a arte seja capaz de expressar alguns sentimentos e emoções de forma tão precisa, nenhum manual cientifico no mundo, conseguiu definir tão precisamente emoções e sentimentos como a arte, que se torna meio para a cura. E com a arte desses versos que seguimos nossa reflexão, afinal, quando não houver esperança, quando não restar nem ilusão, ainda há de haver esperança, em cada um de nós existe algo de uma criança. E aqui eu que gostaria que você se perguntasse: existe algo de uma criança em você? É muito comum escutar algumas mães de crianças pequenas dizendo:”Ah, ele todos os brinquedos mais caros, mas quer brincar com as caixas de papelão, ou com as panelas. E é isso, isso é o
algo de uma criança, o desejo pelo novo, pelo diferente, vendo em tudo que há, alguma possibilidade.
Quando deixamos de ver o mundo como possibilidade, nos deixamos sair da estrada, e sem controle, quando demos por conta, já estamos no fundo, sem conseguir voltar sozinho, a esse sentimento alguns chamam depressão, eu prefiro a expressão poética: “quando não houver mais ilusão”.
Mas, mesmo que você já perdido o controle da direção, e esteja difícil sair de onde está, lembre-se que é “caminhando que se faz o caminho”, você não precisa chegar lá em cima da estrada correndo, mas se você conseguir dar alguns passos por dia, quando se der conta já vai ter chegado no topo novamente. E lembre-se da instrução do poeta “Quando não houver desejo, quando não restar nem mesmo dor, ainda há de haver desejo”.
Então, com esse texto de hoje, caros leitores, e quero fazer um apelo é para que olhem com honestidade para si mesmos e para os que estão a sua volta, sem nenhum tipo de julgamento ou preconceito, não trate a depressão como frescura, nem ignore aquele amigo que fala que fala que não aguenta mais. Apenas não ignore, escute, ajude a procurar ajuda especializada. “Nenhuma ideia vale uma vida”.
E tente nunca esquecer que: “Enquanto houver sol, ainda haverá…Ainda há de haver esperança, paz e alegria de viver”.
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Vanessa Santos – Psicóloga CRP 07/25298
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