Megadados e inteligência artificial começam a mudar o futebol: conheça os principais usos

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Megadados e inteligência artificial começam a mudar o futebol: conheça os principais usos
ESPORTE
19 de fevereiro de 2021 - pexels-photo-1884574

Crédito: Pexels

Nos últimos anos, os megadados e a inteligência artificial finalmente começaram a marcar sua presença no futebol. De decisões baseadas em análises para melhorar a performance de equipes e jogadores até estádios capazes de identificar a atenção dos fãs do esporte, a utilização dessas tecnologias promissoras não para de aumentar.

Uso pelas equipes em evidência

Diferentemente de modalidades como o automobilismo e o beisebol, que inclusive deu origem à estratégia conhecida como moneyball, o uso dessas tecnologias no futebol começou há apenas alguns anos, mas seu sucesso já é visível.

Um dos principais utilizadores desse tipo de tecnologia é o Liverpool. Considerada “coadjuvante” das ligas europeias e sem conquistar o campeonato inglês há mais de três décadas, a equipe empregou a ciência de dados para se tornar o atual campeão mundial e europeu, se consagrando como um dos melhores times do planeta.

O técnico Jurgen Klopp conta com a ajuda de Ian Graham, doutor em Física Teórica, para tomar suas decisões em relação ao treinamento dos jogadores.

Por exemplo, os algoritmos criados por Graham são capazes de identificar as regiões do campo que podem receber passes durante o jogo para que o Liverpool mantenha a posse de bola e Klopp possa definir treinamentos para que seus atletas foquem nessas áreas. Os diversos modelos estatísticos baseados em megadados de Graham ainda são capazes de identificar qual as chances de a equipe marcar um gol após determinada jogada e identificar talentos escondidos.

Uma das grandes descobertas do time foi que apesar do jogador Naby Keïta ter um alto índice de erros na hora de passar a bola, suas jogadas mais arriscadas fazem com que as chances de gol sejam maiores. Isso permitiu mostrar que Keïta foca em passes efetivos, ao invés de passes mais “seguros” e fáceis de completar, mas que não criam oportunidades.

Apesar de ser um expoente nessa área, o Liverpool está longe de ser o único interessado. A empresa Acronis, responsável pelo sistema do time inglês, pretende levar esse tipo de tecnologia para o maior número possível de equipes.

Devido ao grande sucesso do Liverpool, nos últimos anos a empresa tem convencido cada vez mais equipes de futebol a adotarem seu sistema de análise de dados e grandes clubes como Inter de Milão, Manchester City e Arsenal já começaram a empregá-lo.

A adoção dessa tecnologia por cada vez mais equipes tem alimentado o sistema com mais dados e permitido o desenvolvimento de inúmeros recursos úteis.

Além de estratégias de jogo e planos de treinamento personalizados para cada jogador, outras aplicações possíveis, tais como o rastreamento rápido de novos talentos e a reabilitação de jogadores lesionados, estão sendo rapidamente desenvolvidas.

Segundo a Acronis, atualmente existem mais de 225 ideias sendo criadas, pesquisadas e implementadas em conjunto com as equipes que adotaram o sistema. Somando isso à constante evolução da inteligência artificial, no futuro será possível ver usos muito mais eficientes que os atuais.

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Aplicação também fora de campo

Essas tecnologias são úteis demais para permanecerem nas mãos apenas das equipes e, assim como ocorre em áreas como a agricultura e no setor financeiro e bancário, cada vez mais players do mercado estão desenvolvendo suas próprias soluções inovadoras baseadas nelas.

Outra forma pela qual a quantidade impressionante de dados coletados está alterando o futebol é em relação à realização de apostas esportivas melhores e mais bem informadas.

Por exemplo, sites de casa de aposta online como Betway contam com equipes inteiras dedicadas a reunir e compilar esses dados para que os entusiastas saibam tudo sobre seus times e jogadores favoritos antes de apostar.

É possível saber como cada jogador atua em relação a determinados adversários, qual a quantidade de gols que ele costuma marcar dentro e fora de casa e muito mais informações que permitem fazer apostas significativamente melhores e mais consistentes que no passado.

Além de apostas esportivas, outro uso inovador dessa grande quantidade de dados está relacionado às visitas de torcedores aos estádios.

Durante a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, cada estádio estava equipado com 1.200 câmeras. Além de permitir uma maior segurança para as equipes e fãs do esporte, essas câmeras também passaram a contar com uma função comercial.

Por meio delas, é possível analisar as expressões faciais e movimentos do globo ocular para determinar se um entusiasta está engajado ou não na partida e, a partir disso, determinar qual a melhor forma e momento de mostrar um anúncio para ele.

Isso pode ser feito com análises dinâmicas de uma inteligência artificial, que pode alterar a hora de exibição de um anúncio em tempo real para que ele apareça apenas quando o consumidor estiver engajado.

Além de anúncios, um dos clubes da Premier League atendidos pela Acronis também está trabalhando em um projeto de inteligência artificial que combina dados internos, números de ingressos e informações meteorológicas para prever o comparecimento de fãs nas partidas e otimizar as operações do estádio em cada uma delas.

Futuro deve ver o uso dessas tecnologias aumentar ainda mais

Apesar de tecnologias como a inteligência artificial ainda não serem capazes de vencer uma partida sozinhas, como já ocorre em esportes como o xadrez, elas já proporcionam ótimos benefícios práticos e objetivos.

Tudo indica que o uso de megadados e inteligência artificial chegou para ficar no futebol e que, se depender de empresas como a Acronis e a Betway, o futuro dessas tecnologias no esporte da bola redonda não poderia ser mais promissor.