O tema de hoje é inspirado pelas dúvidas e preocupações demonstradas especialmente pelos pais quanto ao uso do computador e da internet, e até que ponto esse aspecto deve ser avaliado como um quadro patológico ou não. Para que isso aconteça é preciso começar pela diferença que existe sobre dependência de internet e dependência na internet.
O termo “dependência de internet” foi utilizado primeiramente por Young, em 1996, para designar indivíduos que fizessem uso da rede de maneira global, e que tinham comportamento compulsivo no uso de sites de relacionamento sexual, ou que pareciam ter dependência do computador. Alguns estudos desse autor mostraram que que um grupo de pessoas era dependente da própria internet, e que geralmente esses indivíduos usavam salas de bate papo.
O primeiro a diferenciar a dependência de internet geral da específica, foi Davis em 2001, que relacionou que a dependência específica ocorre quando as pessoas se envolvem patologicamente em uma função ou aplicativo específico da internet como sites de jogos, ou compras, ou até sites de pornografia, enquanto que a dependência de internet é algo mais geral , ou seja, o indivíduo usa para diversas finalidades, a dependência na internet , é voltada para uma atividade específica como o jogo, por exemplo.
A denominação de “Transtorno de jogo pela internet”, é recente , sendo adotada na última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSMV) ,em 2014, e posteriormente pela 11ª versão da Classificação Internacional de Doenças(CID11) sendo considerado um transtorno comportamental não relacionado a substância, mas que tem como fator determinante a “adição”, o que confirma a tese de muitos pesquisadores que afirmam que nestes casos, o indivíduo faz esse tipo de uso da internet como um meio para alimentar outras dependências, neste caso os transtornos relacionados a isso podem ser relacionados, mas podem ser independentes.
Mas quando saber se o momento de procurar ajuda clínica para você mesmo ou um familiar? É preciso observar no caso dos jogos, se a preocupação com o jogo, aqui definida como o tempo que o indivíduo pensa na partida anterior ou antecipa a próxima parte do jogo, o jogo torna-se atividade dominante na vida diária. Observar se houve abstinência ao não poder acessar o jogo, que pode ser percebida pelo comportamento de irritação, ansiedade e tristeza.
Também é importante observar o crescimento da necessidade de aumentar cada vez mais o tempo de jogo para sentir-se bem.Outros itens importantes de se avaliar é perder a vontade de fazer atividades de diversão que antes gostava de fazer, e se comportamento está causando prejuízo significativo na vida dessa pessoa como perder relacionamentos, empregos.
Espero que esse texto ajude aos pais preocupados com o tempo de uso de internet e do prejuízo ou não dos jogos nos seus familiares, sendo o primeiro passo para a busca de tratamento clínico.
Vanessa Santos – Psicóloga CRP 07/25298
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