Episódio #2 – Série Especial Cachoeira do Sul – 200 anos

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Episódio #2 – Série Especial Cachoeira do Sul – 200 anos
SÉRIE ESPECIAL CACHOEIRA DO SUL - 200 ANOS
21 de julho de 2020 - ant2

Antônio Vicente da Fontoura foi um dos grandes nomes da Revolução Farroupilha / Crédito: Reprodução

PERÍODO IMPERIAL

Na Revolução Farroupilha, Cachoeira esteve em evidência por ser terra natal de um dos líderes da guerra: Antônio Vicente da Fontoura. Em 1857 chegaram os primeiros imigrantes alemães, seguindo à Colônia Santo Ângelo, onde hoje está a área que compreende os municípios de Agudo, Paraíso do Sul, Novo Cabrais, Cerro Branco, Dona Francisca, Nova Palma e Restinga Seca. As famílias alemãs dedicaram-se à agricultura, especialmente ao cultivo do arroz.

Já a colonização italiana ocorreu a partir de 1877, quando as primeiras famílias estabeleceram-se em Cortado, vindas da Quarta Colônia. Depois, essas famílias transferiram-se para a cidade trabalhar no comércio cachoeirense.

Em 1859, a Lei de 15 de dezembro concedeu o foro de cidade à sede do Município de Cachoeira. A solenidade de elevação à categoria de cidade ocorreu na sessão da Câmara de 10 de janeiro de 1860, presidida por Miguel Cândido da Trindade.

Em 1876, Cachoeira foi ligada a Porto Alegre por linha telegráfica. Em 7 de março de 1883, chegou à Estação Ferroviária de Cachoeira, a primeira locomotiva, inaugurando a estrada de ferro Porto Alegre – Uruguaiana.


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PERÍODO REPUBLICANO

No ano de 1900, a agricultura começou a ganhar contornos mais modernos e acabou impulsionando a economia cachoeirense. Outra marca foi o crescimento no número de habitantes, que chegaram na cidade interessados no comércio.

Nesta época até os anos 1920 foram construídos os prédios de maior valor cultural da cidade, incluindo a atual Casa de Cultura e a Câmara de Vereadores. Foi no início da década de 1920 que Cachoeira atingiu
a liderança brasileira na produção de arroz, fato este que ganhou o apelido de “Capital Nacional do Arroz”. Em 1924, foi concluída a construção do 3° Batalhão de Engenharia e Combate Conrado Bittencourt. Já em 1925, foi inaugurado o monumento símbolo da cidade: o Château d’Eau.

A economia cachoeirense, que estava bastante desenvolvida e adiantada, estando nos primeiros lugares dos números populacionais e demográficos, passou por uma crise nos anos 1930. Uma infestação de gafanhotos tomou conta da cidade, devorando diversas plantações.

Em 1941, após uma breve alta na economia e com a safra recorde de arroz, foi realizada a Festa do Arroz. O evento foi um sucesso, mas as sequentes chuvas fizeram o Rio Jacuí transbordar. A parte baixa da cidade foi invadida pelas águas do rio, sendo a maior enchente que o Município vivenciou. Por consequência, a economia cachoeirense quebrou. Em 1944, para não haver problemas burocráticos com a cidade de Cachoeira no estado da Bahia, mudou-se o nome de Cachoeira para Cachoeira do Sul.

Nos anos 1950 aconteceram os principais avanços no transporte cachoeirense: a Transporte Nossa  Senhora das Graças entrou em operação, dando início ao transporte coletivo em Cachoeira do Sul. Em 1955 entrou em funcionamento a estação rodoviária, localizada ao lado da Estação Ferroviária de Cachoeira do Sul. Na década de 1970, os dois endereços mudaram para lugares diferentes na cidade. Em
1961, foi construída a Ponte do Fandango.

O ÁPICE DA PRODUÇÃO ARROZEIRA

Na década de 1970, os engenhos e as lavouras de arroz voltaram a movimentar a economia local,  transformando Cachoeira do Sul em um polo regional. Chegou a surgir o rumor de ser erguida na cidade uma Universidade Federal. Porém, o sonho foi ser concretizado em Santa Maria. Também foi alçado ao campo dos planos de engenheiros, a ideia da BR-290 cruzar a cidade. Mas por falta de movimentação local, os cachoeirenses viveram mais um sonho que não virou verdade, fazendo com que a estrada passasse às margens da Vila Piquiri. Foi inaugurada a Rodovia Transbrasiliana, a BR-153, no trecho entre Rincão dos Cabrais e a BR-290, ligando Cachoeira a Santa Cruz do Sul e Porto Alegre.

Com a prosperidade do Município nos anos 1980, foram construídas a Centralsul (uma cooperativa para distribuição de arroz e soja) e a plataforma de cargas do Porto de Cachoeira do Sul. No entanto, a economia local deu sinais de estagnação e a Centralsul, uma das maiores cooperativas de arroz do Rio Grande do Sul, anunciou a sua falência cinco anos depois de sua construção. Assim, a população começou a sair do Município e migrar para outros centros de consumo.