Com 10 indicações, “Roma” já faz história no Oscar

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Com 10 indicações, “Roma” já faz história no Oscar
Cinema
22 de janeiro de 2019 - roma

Primeiro nomeado da Netflix a melhor filme, longa igualou recorde de indicações para uma produção estrangeira / Foto: Netflix/Reprodução

A lista de indicados ao Oscar 2019 foi revelada na manhã desta terça-feira (22) e trouxe um grande destaque: “Roma”, de Alfonso Cuarón. Com as 10 nomeações, a produção mexicana já fez história na principal premiação do cinema. Isso porque se tornou o primeiro longa da Netflix a disputar a categoria de melhor filme, bem como traz a primeira nomeação do serviço de streaming para diretor, melhor atriz (Yalitza Aparicio), roteiro original, filme estrangeiro, design de produção, edição de som e mixagem de som. Marina de Tavira também foi nomeada para melhor atriz coadjuvante, enquanto Cuarón recebeu a nomeação para melhor fotografia – mas nestas categorias a Netflix já havia conquistado indicações antes.

Além disso, esta será apenas a sexta vez na história em que um mesmo título é indicado a melhor filme e a melhor filme estrangeiro. Antes de “Roma”, conquistaram o feito “Z” (1969), “Os Emigrantes” (1971), “A Vida é Bela” (1997), “O Tigre e o Dragão” (2000) e “Amor” (2012). O filme de Cuarón ainda se igualou a “O Tigre e o Dragão” em outro ponto: as 10 indicações, número recorde para um longa em língua não inglesa.

A produtora de “Roma”, Gabriela Rodriguez, também se tornou a primeira mulher hispânica a receber uma indicação ao Oscar de melhor filme. Indicada a melhor atriz, Yalitza Aparicio é a segunda mulher a disputar a categoria por um filme em língua não inglesa – a primeira foi Catalina Sandino Moreno, por “Maria Cheia de Graça” (2004). Já Cuarón concorre nominalmente a melhor filme (como produtor), melhor roteiro original, melhor fotografia e melhor direção, igualando o recorde de Orson Welles, Alan Menken, Warren Beatty, Joel e Ethan Cohen de quatro indicações “pessoais” por um único filme.

Com a liderança de “Roma”, a Academia de Cinema de Hollywood parece decretar o fim de qualquer polêmica sobre as produções de streaming e as produções feitas para o cinema. O longa chegará ao Oscar sem ter bilheteria, já que a Netflix até lançou o filme nos cinemas para cumprir as regras impostas pela Academia, mas em muitos casos distribuiu ingressos para deixar claro que não era isso o que interessava. Ao receber o Globo de Ouro, foi Cuarón quem evidenciou o que pensa sobre a questão: “É um filme falado em língua estrangeira, em preto e branco e sem atores conhecidos. Com o apoio da Netflix ele está sendo visto por um público muito maior do que seu optasse por uma distribuição convencional”.

Longa em preto e branco, “Roma” se passa na década de 1970, na Cidade do México. Inspirado na autobiografia de Cuarón, o filme acompanha a rotina de uma família de classe média pelo olhar da babá e empregada doméstica. Na tela, surgem as lembranças do diretor de sua vivência e a relação de sua família com as mulheres que o cuidavam e a seus irmãos na infância.

“Pantera Negra”

Outro título que fez história com a revelação dos indicados ao Oscar foi “Pantera Negra”. O sucesso da Marvel é o primeiro longa de super-herói a ser indicado à principal categoria, a de melhor filme.

Até então, os filmes de super-heróis recebiam indicações basicamente para as categorias técnicas do Oscar. Uma das exceções foi “Batman – O Caveleiro das Trevas” (2008), no qual Heath Ledger foi nomeado a melhor ator coadjuvante – ele venceu e seus pais e sua irmã receberam o prêmio póstumo.

Ao todo, “Pantera Negra” recebeu sete indicações. Além de melhor filme, disputa figurino, mixagem de som, edição de som, trilha sonora original, canção original e direção de arte.

Lady Gaga

Quem também conquistou um feito histórico foi Lady Gaga. Por seu trabalho em “Nasce uma Estrela”, ela se tornou a primeira mulher a ser indicada no mesmo ano para as categorias de melhor atriz e melhor canção – ela escreveu “Shallow” em parceria com Mark Ronson, Anthony Rossomando e Andrew Wyatt.

No ano passado, Mary J. Blige recebeu a primeira indicação dupla em categoria de atuação e música por “Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi”. A diferença é que ela disputou a estatueta de melhor atriz coadjuvante.