O tema da inovação é frequentemente discutido, mas pouco se fala sobre a Ciência da Inovação.
Uma ciência tem a missão de estabelecer um ambiente de diálogo para compreender e aprimorar a relação entre os seres humanos e um determinado fenômeno. Quanto mais classificamos, organizamos e analisamos os diferentes aspectos desse fenômeno, mais eficientemente podemos observá-lo.
Embora o termo “inovação” tenha se popularizado com a chegada da Internet, é importante reconhecer que a inovação é uma atividade fundamental para todos os seres vivos, incluindo os seres humanos.
Podemos distinguir entre a inovação instintiva, praticada pelos outros seres vivos, e a inovação reflexiva, praticada pelos seres humanos. Charles Darwin destacou o processo contínuo de inovação que todos os seres vivos são obrigados a realizar ao se referir à evolução das espécies.
Todos os seres vivos habitam ambientes de sobrevivência que estão em constante mutação, e, por isso, é essencial adaptarmo-nos constantemente a essas mudanças.
Enquanto outras espécies vivem no planeta, os seres humanos vivem em um “Tecnoplaneta”. A chegada de novas tecnologias provoca alterações em nosso ambiente de sobrevivência, exigindo que nos adaptemos a elas.
Portanto, é crucial compreender o impacto de cada tecnologia em nosso ambiente de sobrevivência para determinar o tipo de inovação necessário.
As mídias, por exemplo, desempenham um papel central como tecnologias para a espécie humana. Quando ocorrem mudanças nas mídias, isso provoca modificações no ambiente de sobrevivência de toda a civilização.
É fundamental separar as diferentes camadas de inovação, como a inovação civilizacional (que afeta toda a espécie e tem impacto em organizações e pessoas), a inovação organizacional (realizada pelas organizações para se manterem competitivas) e a inovação pessoal (realizada pelas pessoas para se manterem competitivas).
Existem momentos em que o ambiente de sobrevivência civilizacional passa por mudanças incrementais ou disruptivas. A chegada de novas mídias, como acontece agora, representa uma disrupção no ambiente de sobrevivência civilizacional.
Essas disrupções têm um impacto significativo na demanda por inovação, tanto nas organizações quanto nas pessoas. No entanto, não podemos promover inovações adequadas sem um diagnóstico preciso das mudanças que estão ocorrendo nesse ambiente de sobrevivência.
Atualmente, com a chegada da Internet, vivemos um momento raro, mas recorrente na macro-história da espécie humana: a migração de um tipo de civilização para outro. Estamos criando modelos de sobrevivência mais sofisticados para resolver problemas mais complexos.
O salto de um para oito bilhões de seres humanos em 220 anos requer uma grande adaptação na forma como enfrentamos os desafios.
Essa é a realidade em que vivemos. O que você acha?