Ex-prefeito Virgilino Jayme Zinn nascia há 120 anos

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Ex-prefeito Virgilino Jayme Zinn nascia há 120 anos
Cultura
18 de maio de 2024 - Virgilino Zinn: ex-prefeito se destacou em Cachoeira e no Estado pelo espírito empreendedor e ajuda aos necessitados / Foto: Divulgação

Neste sábado (18), completam-se 120 anos do nascimento de Virgilino Jayme Zinn, que entrou para a história de Cachoeira do Sul como o “prefeito construtor de escolas”. Patrono da Escola Ciep, na zona norte da cidade, deu também nome e status de bairro ao Beco dos Trilhos, comunidade da área central da cidade que melhorou bastante nos últimos anos em termos estruturais, mas que enfrenta problemas com o tráfico de drogas.

De acordo com o professor Edson Souza, a Escola Ciep estava em preparativos para a celebração da data com uma programação especial, mas a pausa nas atividades escolares provocadas pela enchente que assolou todos os setores de Cachoeira do Sul impediu o prosseguimento da iniciativa. “Isso acabou atrapalhando todo o nosso planejamento. Estamos trabalhando a história de vida e o legado do nosso patrono em sala de aula e nas redes sociais da escola”, resumiu Edson.

O espírito empreendedor do patrono Virgilino Jayme Zinn serviu de inspiração para a Escola Ciep criar o jargões como “Escola de Vencedores” e “Aluno Vencedor”, que viraram mantras para valorizar os estudantes egressos que conseguiram ingressar e se formar no ensino superior, aprovar em concursos públicos e empreender. “No Ciep, incentivamos bastante o empreendedorismo”, salienta o professor Edson.

QUEM FOI VIRGILINO JAYME ZINN

Nascido em Cachoeira do Sul, aos 18 de maio de 1904, Virgilino Jayme Zinn era o oitavo filho de uma família de nove irmãos. Seus pais, Carlos Augusto Zinn e Sofia Gaspary Zinn, eram descendentes de alemães.

Órfão de pai com um ano de idade, a responsabilidade da família coube a sua mãe e irmãos mais velhos. A família Zinn dedicava-se à pequena chácara onde tinha tambos de leite, atividade comum e usual naquela época. Ainda criança, Virgilino, ou Lino como era chamado pelos mais íntimos, participava da vida produtiva da família, entregando leite pela manhã e estudando à tarde.

Seu primeiro emprego foi na firma Minssen & Cia, onde teve seu desenvolvimento profissional reconhecido, transformando-se em sócio desta mesma tradicional empresa de Cachoeira do Sul. Posteriormente dedicou-se à atividade comercial, primeiramente como viajante, tendo logo depois se dedicado à orizicultura. Como resultado da enchente de 1941, perdeu totalmente sua lavoura.

Virgilino voltou-se então para o ramo imobiliário urbano. Adquiriu áreas de terras implantou loteamentos e vilas em locais aparentemente inadmissíveis para a época. Assim foi que adquiriu as “cinzas”, hoje prolongamento de Bairro Rio Branco, que engloba as ruas José Carlos Barbosa, Araci Alves, 24 de maio, João Carlos Gaspary.

Este local, antes denominado “cinzas”, por ser depósito das cinzas do Engenho Brasil, transformou-se na década de 1950 em diante num dos mais valorizados bairros de Cachoeira do Sul. Adquiriu também a chácara dos Loretos com 54 hectares, onde implantou o loteamento da então Vila Tibiriçá. Abriu ruas, colocou água, luz e expandiu a cidade.

Era um homem sempre com os olhos para o futuro. Acreditava na sua terra e no seu povo. Nunca desanimava, em todos os revezes que sofreu, só perdeu para a doença que o levou tão cedo.

Suas iniciativas privadas exitosas conduziram-no à política. Foi eleito Prefeito de Cachoeira do Sul em 1951. Desenvolveu uma administração dinâmica, expandindo os benefícios sociais à comunidade cachoeirense. Abrindo e calçando ruas, ampliando a rede de escolas rurais e urbanas. Criando praças como a Salgado Filho e Floriano Neves da Fontoura. Consegue ampliar a capacidade energética da usina local.

Em sua gestão de 1951 a 1954, iniciam-se as obras da Barragem-Ponte do Fandango, um de seus maiores feitos em prol da sua comunidade. Expande os limites urbanos de Cachoeira.

Homem simples do povo, Virgilino dedicou sua vida política sempre com o pensamento voltado para os menos favorecidos, o que lhe tirava horas e dias de convívio com sua numerosa família.

Em 1959, Virgilino assume a presidência do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a convite do então governador Leonel de Moura Brizola. Sua gestão, embora curta, devido à doença que o levou, foi como sempre eram seus empreendimentos, dinâmica e batalhadora em favor da classe orizícola. O que distingue os homens em uma sociedade não é sua passagem singular, mas sim a passagem invulgar.

Virgilino Jayme Zinn foi casado com Maria José Freitas Zinn, com a qual teve dois filhos. Em segundo casamento, em 1939, uniu-se a Djanira Carvalho Zinn, com quem teve oito filhos. Faleceu em Porto Alegre, onde está sepultado, em 5 de abril de 1966, aos 61 anos.

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Escola Ciep se inspirou no espírito empreendedor do seu patrono para incentivar os alunos a irem além da formação do Ensino Médio / Foto: Arno Jr,

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