As vigas originais da Ponte do Fandango poderão ser doadas à Prefeitura de Cachoeira do Sul pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). A informação foi confirmada nesta quinta-feira (18) pela manhã pelo superintendente do Dnit no Rio Grande do Sul, Hiratan Pinheiro, ao Programa Rádio Repórter da Rádio Fandango FM.
Segundo ele, existe a possibilidade de entrega dessas vigas à Prefeitura, desde que haja manifestação de interesse por parte do governo municipal. O material poderia ser empregado, por exemplo, em substituição às pontes de madeira existentes no interior do município.
Como são estruturas sólidas em concreto armado, essas vigas poderão ser empregadas em novas pontes com vão livre, sem necessidade de pilares, a depender da extensão da travessia. “Existe, sim, a possibilidade de doação, desde que sejam utilizadas em vias públicas”, explicou Hiratan.
Tanto o Dnit quanto a Construtora Cidade, vencedora da licitação para elaboração do projeto e execução da obra de reconstrução, trabalham com a expectativa de que os trabalhos comecem em junho. Nos últimos dias, contêineres foram acomodados junto à ponte para a logística da empreiteira.
PONTE DO FANDANGO TERÁ NOVAS FUNDAÇÕES E NOVOS PILARES
Segundo Hiratan, o atraso no início das obras das Ponte do Fandango se deu por vários motivos. Um deles foi a demora para conclusão dos chamados ensaios, que basicamente consistem na análise do solo, já que a nova ponte terá novas fundações com novos pilares. Enquanto os pilares serão construídos no local, as novas vigas serão construídas na fábrica da empreiteira, em Porto Alegre, e trazidas da Capital para Cachoeira do Sul numa complexa de operação de transporte.
Outra razão para o novo adiamento no início das obras foi o fato de que técnicos da construtora tiveram de ir a São Paulo para fazer um trabalho de pesquisa sobre a engenharia e a arquitetura original da ponte, inaugurada em 1960 a partir de um projeto de modelo francês. “É um trabalho bastante complexo, que demandou muito tempo”, explicou.
Ainda segundo o representante do Dnit, o prazo de conclusão das obras foi reduzido de 18 para 12 meses. A obra está orçada em R$ 68,2 milhões.
EDITAL DE REFORMA DA ECLUSA E COMPORTAS DA BARRAGEM DA PONTE DO FANDANGO ESTÁ PREVISTO PARA MEADOS DE 2024
O Dnit também projeta lançar até meados de 2024 o edital para a contratação de empresa para elaboração de projeto executivo e realização das obras de reforma, recuperação e modernização da Barragem/Ponte do Fandango.
Conforme o superintendente Hiratan Pinheiro, todas as comportas que hoje não estão funcionando serão recuperadas, assim como a eclusa, possibilitando que a montante o Jacuí possa ficar em nível mais elevado, favorecendo a navegação e o abastecimento de água em Cachoeira do Sul.
A cada verão, a Corsan precisa colocar motobombas submersas no meio do Rio Jacuí para que a cidade não enfrente problemas de desabastecimento. Segundo o superintendente, já foram publicados pelo governo federal os editais para obras de recuperação da Barragem de Bom Retiro, no Rio Taquari, e Amarópolis, no Jacuí. O próximo será da Barragem do Fandango. O projeto e o valor da obra ainda não foram informados.
Comportas da Ponte do Fandango encontram-se em situação bastante precária / Foto: Arquivo
ÚLTIMAS INFORMAÇÕES SOBRE A RECONSTRUÇÃO DA PONTE DO FANDANGO:
. Já foi apresentado o projeto executivo da obra.
. A data prevista para o início da reforma é junho de 2024, com um ano para sua execução completa.
. O ensaios prévios à obra já estão ocorrendo, como a testagem de solo.
. O passeio público atual, sobre a ponte, será removido. Uma nova passarela, por fora da ponte, será construída. A passarela será de concreto e terá 1,60 metro de largura, adequada até para cadeirantes.
. O plano de execução começará pelo lado direito, oposto à passarela, na direção a Cachoeira, onde não há passeio público.
. A expectativa é de que a liberação para tráfego de caminhões ao menos em meia pista sobre a ponte ocorra até o início de 2025.
. A largura da pista da será aumentada para 12 metros, sendo 8 metros de área interna para tráfego de veículos e 4 metros de acostamento.
. A obra prevê novas fundações, pilares e vãos na Ponte do Fandango.
. O sistema de “Pare e Siga” na ponte continuará até o final da execução do projeto.
. A estrutura metálica não será alterada.
