Veja os riscos da dieta do ovo para a saúde física e mental

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Veja os riscos da dieta do ovo para a saúde física e mental
SAÚDE
6 de dezembro de 2024 - jovemcombalanca-1024x683-1

A dieta do ovo voltou aos holofotes após ser adotada por algumas famosas, incluindo a influenciadora Virgínia Fonseca, prometendo emagrecimento rápido com base em um cardápio de baixas calorias e alta saciedade. No entanto, especialistas alertam para os riscos dessa prática. Segundo a psicanalista e especialista em neuroemagrecimento Bruna Abrão, o problema não está apenas na nutrição, mas no comportamento alimentar.

“Nutricionalmente falando, a dieta do ovo realmente oferece mais saciedade por ser rica em proteínas, algo que já sabemos. O ponto é: não resolve a fome emocional. Quem consegue viver nessa dieta para sempre? Quando a pessoa volta para sua rotina normal, ela tende a recuperar o peso perdido porque a vida dela não é comer só ovo todos os dias”, analisa.

Relação com a comida

Bruna Abrão destaca que, embora essas dietas restritivas possam trazer resultados rápidos, elas raramente são sustentáveis e frequentemente levam ao efeito sanfona. “A pessoa emagrece rápido, mas, quando para, sente vontade de tudo que deixou de comer, entra em um ciclo de compulsão e volta a engordar. É um atalho, e atalhos não ajudam a criar uma relação saudável com a comida”, explica.

Para a especialista, o sucesso de uma reeducação alimentar está em trabalhar a fome emocional e criar um equilíbrio duradouro. “Quando alguém busca uma solução rápida como a dieta do ovo, está ignorando que emagrecer vai além de calorias. Trata-se de comportamento. Não adianta focar em saciedade imediata e ignorar os gatilhos emocionais que levam ao ganho de peso”, reforça.

Emagrecimento precisa ser sustentável

A dieta do ovo, embora esteja em alta, já é conhecida há tempos. Bruna Abrão questiona: “Até quando essas tendências rápidas vão continuar sendo vistas como solução?”. Segundo ela, a chave para resultados duradouros está no autoconhecimento e em práticas que respeitem a individualidade. “O emagrecimento precisa ser sustentável. É importante ter paciência e trabalhar os fatores emocionais que estão por trás da relação com a comida. Dietas milagrosas só criam mais desafios a longo prazo”, completa.

Ilustração de jovem loira segurando uma balança cobrindo o rosto
Dietas restritivas podem causar o efeito sanfona (Imagem: Vectorium | Shutterstock)

Efeito sanfona

O efeito sanfona, frequentemente associado a dietas radicais, também preocupa o cirurgião plástico Dr. Josué Montedonio. “O efeito sanfona, caracterizado pela perda de peso seguida de ganho, muitas vezes excedendo o peso inicial, é um dos maiores desafios enfrentados por quem busca emagrecimento sustentável. Esse ciclo não só afeta a saúde física e mental, mas, no caso de pacientes que realizaram cirurgias reparadoras, pode comprometer significativamente os resultados dos procedimentos”, alerta.

Segundo ele, os efeitos do vai e vem de peso são ainda mais preocupantes para quem passou por procedimentos como abdominoplastia ou lipoescultura. “Essas cirurgias não são substitutas de hábitos saudáveis. Oscilações significativas no peso podem levar à flacidez, irregularidades na pele e até comprometer os contornos corporais, o que pode demandar novas intervenções”, ressalta.

Além das questões estéticas, ele reforça a necessidade de cuidados específicos para evitar o retorno de problemas físicos e emocionais. “Manter um peso estável exige não só uma alimentação equilibrada e prática de exercícios, mas também acompanhamento psicológico. Lidar com ansiedade ou compulsões alimentares é tão importante quanto cuidar do corpo físico”, afirma o Dr. Josué Montedonio.

Importância dos hábitos saudáveis

Para evitar o efeito sanfona, o Dr. Josué Montedonio desaconselha dietas radicais que prometem resultados rápidos, mas são insustentáveis a longo prazo. “A melhor abordagem é adotar um estilo de vida saudável, com mudanças graduais nos hábitos alimentares e a inclusão de exercícios regulares. Isso não só preserva os resultados das cirurgias, mas também promove uma melhor qualidade de vida”, afirma.

Ele destaca ainda a importância do comprometimento constante: “Pequenas mudanças consistentes no dia a dia fazem toda a diferença, especialmente para quem já passou por cirurgias reparadoras. Esse cuidado garante que os resultados sejam mantidos e a saúde, preservada.”

O efeito sanfona é um lembrete de que a transformação do corpo deve andar lado a lado com a transformação dos hábitos e da mente. “Resultados duradouros começam na adoção de um estilo de vida que priorize a saúde em todas as dimensões. A cirurgia plástica é uma ferramenta poderosa, mas o verdadeiro impacto está nas escolhas feitas diariamente pelo paciente”, finaliza o Dr. Josué Montedonio.

Por Daiane Maio