O coordenador regional do Instituto Rio Grande do Arroz (Irga) da região de Cachoeira do Sul, Ênio Coelho, falou nesta segunda-feira (28) sobre os prognósticos climáticos da safra orizícola para o período 2024/2025 no Programa Vale Informação, da Rádio Vale 99.1 FM. De acordo com Ênio, a implantação da safra ocorre de maneira mais lenta neste ano por conta do clima, que vem se mostrando com chuvas acima da média nesta época de início de semeadura.
Ao contrário das lavouras com sistema pré-germinado, onde a implantação das áreas pode ser feita independentemente das condições de clima, no cultivo em linha a semeadura acontece de maneira mais lenta, pois depende de janelas com dias de tempo mais firme. “O produtor, de maneira resiliente, vem fazendo parte das lavouras, pois passamos uma enchente jamais vista, que trouxe tantos problemas”, frisou Ênio, referindo-se à degradação do solo em áreas de cultivo diretamente atingidas pela enchente.
De acordo com números apresentados pelo Irga na última sexta-feira (25), o Rio Grande do Sul está próximo de alcançar 50% da área semeada da safra de arroz 2024/2025. Dos 948.356 hectares previstos para o Estado, os produtores gaúchos semearam 456.879 ha (48,18%) até esta semana, aproveitando que os últimos dias foram sem chuva em grande parte das regiões do RS.
Ainda segundo o Irga, a Região Central do RS, onde se encontra Cachoeira do Sul, é a mais atrasada, com 16,24% da área semeada. Segundo o Irga, essa regional ainda sofre bastante com as questões envolvendo o impacto das enchentes de maio e muitas áreas precisaram ser reestruturadas.
Sem contar o fato de que, até agora, foram poucas as oportunidades que os produtores tiveram de trabalhar essas áreas e reorganizá-las, devido às chuvas de setembro e outubro, que dificultaram a semeadura. Cachoeira do Sul tem intenção de plantio de arroz para a safra 2024/2025 na ordem de 28.702 hectares.
IRGA FALA SOBRE O QUE ESPERAR DO CLIMA PARA A SAFRA 2024/2025 NO RS
Após um primeiro semestre com El Niño de forte intensidade, que provocou a enchente histórica de maio, o Rio Grande do Sul vive hoje um período de neutralidade, o que acaba atrapalhando o plantio devido às chuvas mais frequentes, embora de volumes menores. A previsão da chegada do fenômeno La Niña – que com o resfriamento das águas do Oceano Pacífico traz menos chuva para o sul do país – ocorra partir de dezembro ou janeiro.
O coordenador regional do Irga, Enio Coelho, aposta que o Rio Grande do Sul vai manter o protagonismo na produção brasileira do arroz. Nos últimos anos, o Estado vem sendo responsável por, em média, 70% da produção nacional. “São vários os fatores que colocam o RS nesta situação, entre eles as condições de clima, solo, áreas de várzea, água em abundância, o que outros estados não tem”, ressaltou.
De acordo com indicador Cepea/Esalq da última sexta-feira, o saco de 50 quilos (58% de grãos inteiros) na praça de Cachoeira do Sul está em R$ 118,66.