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TNSG denuncia perseguição por parte do Governo Ghignatti

Prefeito Sergio Ghignatti não tem tratado o transporte público de Cachoeira do Sul com a seriedade que o tema merece, afirma a TNSG / Fotos: Arquivo/Portal OCorreio

A direção da Transporte Nossa Senhora das Graças classifica como de perseguição a postura adotada pelo Governo Sergio Ghignatti no trato com o transporte coletivo urbano de Cachoeira do Sul. Em entrevista na manhã desta terça-feira (4) ao Programa Rádio Repórter, da Rádio Fandango, o gerente operacional da empresa, Waldir Souza, e o empresário Rogério Germanos, representante da família proprietária, apontaram as razões para o que definem como “descaso” com o serviço por “ranço político” da Prefeitura com a TNSG.

“Há muito tempo, Cachoeira anda na contramão do que fazem outros municípios que tentam viabilizar economicamente o transporte público. Enquanto as outras cidades buscam melhorar o serviço oferecendo ruas asfaltadas ou em melhores condições para reduzir os custos com manutenção e conforto aos passageiros, e também uma discussão séria e transparente sobre o cálculo tarifário, aqui não há essa preocupação por parte do poder público”, lamenta Waldir.

Um exemplo de preocupação com o transporte citado pelos gestores da TNSG é a Prefeitura de Porto Alegre, que montou um projeto a ser apreciado pelos vereadores que prevê a divisão subsidiária do transporte urbano de passageiros, que é um serviço público, com outros segmentos da sociedade, como a taxação de transporte por aplicativos, por exemplo. “Tarifa sempre é um assunto antipático. Ninguém gosta de reajuste, mas nenhuma empresa sobrevive sem estar equilibrada financeiramente”, argumenta o gerente operacional da TNSG. “Quando não se tem a receita necessária para cobrir os custos, isso se reflete em não renovação da frota, atraso na folha de pagamento, entre outras situações”, explica Waldir Souza.

OPERAÇÃO DESMONTE

No ar pelas ondas da Fandango, o empresário Rogério Germanos denunciou o que classificou como “Operação Desmonte” com o transporte público, iniciada em 2009 no primeiro governo do prefeito Sergio Ghignatti. Segundo ele, até o final do Governo Marlon Santos (2005-2008), havia entre TNSG e Prefeitura uma discussão tarifária séria e com cálculo embasado em planilha de custos, com atualização anual, o que não teve continuidade a partir do momento em que Ghignatti assumiu o comando da Prefeitura.

“No primeiro Governo Ghignatti (2009-2012), tivemos apenas dois reajustes. No Governo Neiron (2013-2016), sucessor de Ghignatti, foram três reajustes, e no atual Governo Ghignatti, outros dois reajustes, e todos aquém da realidade dos custos”, afirma Germanos.

 

SAIBA MAIS

O gerente Waldir Souza traçou um comparativo entre a realidade do transporte público de Cachoeira com cidades vizinhas como Santa Maria e Santa Cruz do Sul. Nos últimos oito anos, o transporte público de Cachoeira do Sul teve 40% menos em reajuste em comparação com os outros dois municípios. Confira:

REAJUSTES DE 2012 A 2019:

 

“Será que Cachoeira é uma ilha para ter menos de 40% de reajuste em relação às outras cidades?”

Waldir Souza, gerente operacional da TNSG

 

“Somos os maiores interessados na licitação, mas tem de ser séria e limpa”

A Prefeitura de Cachoeira do Sul deveria ter aberto em 2015 um processo licitatório para dar início a um novo contrato de prestação de serviços de transporte coletivo urbano. No entanto, a situação se arrasta por anos e os governos municipais não têm tido competência técnica necessária para concluir a licitação sem que sejam apresentados recursos, limitares e impugnações.

Para a TNSG, esse é um sinal claro de que as licitações não têm sido conduzidas com a seriedade que merecem. “Somos os maiores interessados que a licitação aconteça, mas tem de ser séria e limpa”, afirma o empresário Rogério Germanos.

O resultado de todo esse imbróglio é que a TNSG opera hoje sem um contrato regular que lhe dê a segurança jurídica necessária para investir na renovação de sua frota. “Isso (a Prefeitura não conseguir concluir uma licitação) é um descaso total com o transporte”, dispara Germanos.

Para os gestores da TNSG, não resta dúvida de que Ghignatti persegue a empresa, que ao longo de seus 66 anos a serem completados em maio sempre foi referência na Região Sul do Brasil pela idade da frota e pelas inovações tecnológicas. “Está mais do que na hora de a Prefeitura tratar o transporte com seriedade. É preciso sentar, conversar e terminar de vez com todo esse ranço político”, analisa o empresário Rogério Germanos.

 

Prefeitura recusou investimento em tecnologia

Recentemente, quando houve a substituição de seu sistema de bilhetagem eletrônica, a TNSG apresentou à Prefeitura um investimento tecnológico que a empresa estava disposta a fazer para otimizar o tempo de espera dos usuários nas paradas de ônibus. A proposta consistia basicamente na instalação de monitores conectados à internet nas paradas para que os usuários pudessem acompanhar com imediatismo o tempo de chegada dos ônibus aos pontos.

Para isso, a empresa ofereceria a tecnologia, mas a Prefeitura teria de entrar com a contrapartida de instalações elétricas e de internet nas paradas. “Nunca houve interesse por parte do governo”, lamentou o empresário Rogério Germanos.

 

ATENÇÃO

Em 2019, num encontro entre Ministério Público e representantes da Prefeitura e da TNSG, ficou acordado entre as partes que a empresa faria a manutenção periódica de seus ônibus, enquanto o governo faria o conserto das ruas que encontram-se em precárias condições e por onde passam os coletivos. No entanto, enquanto a oficina da empresa nunca deixou de repor peças e fazer toda a manutenção necessária da frota, a Prefeitura não cumpriu com sua obrigação de deixar as ruas em condições de tráfego. Exemplo disso são as péssimas condições de trechos como a Rua dos Loretos, Avenida Brasil (abaixo do Hotel União), Avenida Orlando da Cunha Carlos (Alto do Amorim), entre tantos outros locais em péssimas condições de tráfego.

Ao longo de seus 66 anos, TNSG sempre foi referência na Região Sul do Brasil em transporte de qualidade, idade média da frota e inovação tecnológica

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