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“Te veste direitinho e dança bonitinho”

Amigos, a coluna desta semana é um tanto diferenciada.  A causa refere-se a uma postagem no Facebook, a qual vou reproduzir (até por ser pública) pois está aberta a quem quiser ver, não sei quem a postou por primeiro, e há a inscrição “CTG Galpão de Estância”. Também não consta quem efetuou a arte. Porém quem a fez, tem muita propriedade e de uma forma atual, contemporânea foi feliz pois traz ao público simpatizante do Movimento Tradicionalista orientação direta de como são ditas as regras para quem quiser frequentar um Galpão Social de CTG, dentro dos preceitos, regras e orientação do MTG central.

Alguns comentários foram tecidos sobre a postagem, diversos deles vê-se claramente que por pessoas que embora tenham convívio no Movimento Tradicionalista, não separam o “Campeiro do Social”, “o Povoeiro do CTG”.  Digo isso por uma questão simples.     Ao ser criado o Movimento Tradicionalista diversos estudos foram efetuados, onde o famoso Grupo dos Oito formado por:    Antônio João de Sá Siqueira, Fernando Machado Vieira, João Machado Vieira, Cilço Campos, Ciro Dias da Costa, Orlando Degrazzia, Cyro Dutra Ferreira e João Carlos Paixão Cortes, através de estudo, planejamento, e principalmente o espirito de civismo, deram os primeiros passos para o Movimento Tradicionalista ORGANIZADO.   Por uma causa bastante nobre, e que hoje parece estar ficando novamente em desuso.

Valores como “respeito, cortesia, postura social, etc. …”, foram sempre parâmetros iniciais para diferenciar:

A lida campeira, da vida social (no caso acima) Faca, Chapéu (ou qualquer cobertura), o cidadão de bem, respeitador, cortes, com postura social a usa somente em local descoberto, em lides campeiras ou em passeios públicos, jamais em um ambiente social fechado, ou mesmo dentro de residências as quais visita.  Este costume não se aplica exclusivamente aos salões sociais de CTG, mas sim a qualquer local onde por questão cidadã e de respeito disto não se faz costume.  Ou alguém já presenciou pessoas dentro de um clube social, um baile de debutantes, um salão de solenidade, seja qual for, fazendo uso de chapéu ou outra cobertura?

Pergunto: o salão social de um CTG é diferente? A resposta é óbvia: NÃO.

Alguns leigos indagam: mas e os grupos musicais, os grupos de danças usam em apresentações?

Sim usam. Os Grupos musicais por questão de estética e recomenda-se que “somente façam uso de chapéu ou outra cobertura, “somente no palco quando atuado artisticamente, e não se admite que adentrem ao salão usando tais peças da indumentária”.

Os Grupos de “Danças Tradicionais”, durante suas apresentações artísticas.

Pois quando participando do evento como público lhes é vedado este uso. Pois estão executando “Dança de salão”, dançando com “mulheres” as quais merecem o respeito de cortesia.

Quanto à proibição de executar o “maxixe”:  sendo a primeira dança urbana do Brasil, segundo Maxixe (2013, p.1), era dançado no Rio de Janeiro, por volta de 1875, em locais que não atendiam a moral e aos bons costumes da época, tais como: forrós, gafieiras da cidade nova e cabarés da Lapa.

Assim sendo não condiz com um baile social.

Quanto ao uso de “Tênis, Bermuda, Boné, Regata, Saia Curta” … trata-se de trajes esportivos e não condizentes com um Baile ou Reunião Social.

Estas recomendações de NÃO USO, deve-se a ideia e tese inicial do Movimento Tradicionalista Organizado, onde separa-se o Campeiro do Social, o Esportivo do Social, procurando por Tradição manter o RESPEITO e o RECATO, que deve imperar em um Salão Social de um CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS.

Há pouco tempo atrás os CTGs mantinham em suas portarias uma placa com a inscrição: “AMBIENTE EXCLUSIVO DO SEU QUADRO SOCIAL”. Isto tornou-se algo em desuso, quando algumas patronagens de CTGs, por pura falta de criatividade e em alguns casos até por desconhecimento dos eleitos, abriram as portas dos CTGs para o popular “pagou entrou”, muitos foram mais além e “passaram a locar os CTGs a promotores e conjuntos musicais”, pessoas que nada tem de comprometimento com o Movimento Tradicionalista, ou mesmo com os parcos associados que ainda são remanescentes destas Entidades.

Isso desencadeou um desinteresse maciço dos sócios, que chegaram a conclusão óbvia de que não vale a pena manter-se sócio de uma Entidade e neste ter seus deveres de sócio.   Pois com igual direito “quem paga ingresso” tem livre acesso e os mesmo direitos do sócio e nenhum dever.

O remédio usado foi amargo, pois algumas Entidades que a poucos anos tinham uma carteira de 4.000 ou 5.000 sócios, hoje resume-se a pouco mais de uma centena. E a confusão está formada, confunde-se tudo hoje.   Desde a forma de portar-se e dançar em um CTG, até com o traje corriqueiro e esportivo e até campeiro que infelizmente vê-se na maioria dos CTGs.

Salve-se quem puder, pois pouco vale o esforço que faz o Movimento Tradicionalista para manter-se, se as células preparatórias da juventude não fazem a sua parte na maioria das vezes.

Perdoem-me os que não comungarem de minha opinião, porém fui formado dentro do Movimento Tradicionalista e ainda mantenho o pensamento que “Povo que não tem cultura é como uma planta sem raiz”.

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