Presente na vida de 100% dos consumidores, o segmento supermercadista recebe, diariamente, quatro milhões de clientes em suas lojas somente no Rio Grande do Sul. Para o presidente da Agas, a essencialidade do setor, a praticidade e a conveniência oferecidas e as estratégias de redução de custos e de aproximação com os consumidores foram alguns dos principais fatores que pesaram para um resultado acima das expectativas em 2018. Deflacionado pelo índice oficial do IPCA/IBGE, o crescimento real para o setor, no RS, foi de 1,5% em 2018. “No atual cenário, costumamos dizer que a tendência é não ter tendência, já que o varejista precisa criar atrativos diariamente para o consumidor e esperar sua resposta para entender o que este cliente necessita. O setor supermercadista é um grande jogo de xadrez”, exemplifica Longo.
Participação do setor no PIB cresce – Os números positivos de 2018 resultaram em um crescimento da participação do setor supermercadista gaúcho no PIB do Estado, estimado em R$ 410 bilhões: a representatividade dos supermercados foi de 7,2% em 2017 para 7,7% em 2018.
Com relação à participação nas vendas do setor supermercadista brasileiro, a força do varejo alimentar gaúcho também aumentou: enquanto em 2017 os supermercados gaúchos detinham 8,5% das vendas em nível Brasil, a fatia do RS no cenário supermercadista nacional foi de 8,9% 2018. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados, o segmento possui 89,6 mil lojas no País, com 1,8 milhão de empregos diretos e um faturamento de R$ 355,7 bilhões – um crescimento nominal de 0,7% no ano passado.
Os dez maiores – Confira as 10 maiores empresas supermercadistas do RS apontadas pelo Ranking Agas 2018. Embora não tenha enviado seus dados de desempenho, a rede Walmart deve figurar na segunda posição do estudo, conforme estimou o Departamento de Economia da Associação:
Investimentos – Um dos dados positivos trazidos pelo Ranking Agas 2018 mostra que os supermercadistas gaúchos estão com maior previsão de investimentos em novas lojas do que no ano passado. Segundo os dados apurados, 32,7% dos empresários do segmento ouvidos pretendem investir em reformas ao longo de 2019 (25% no ano passado); enquanto 12,2% vão abrir novas unidades ao longo deste ano (11% na pesquisa anterior). Somados, os investimentos já informados são de R$ 149,9 milhões em novas lojas (ao todo, 36 novos supermercados foram pré-anunciados pelos entrevistados) e de R$ 63,3 milhões em reformas de unidades já existentes.
O que o Ranking Agas 2018 apontou – Alguns dos dados mensurados pelo levantamento refletem movimentos de tendências do mercado. Confira alguns dos resultados:
· 11616 itens é o número médio do mix de produtos de um supermercado no RS (ante 14077 em 2017)
· 8,5% é o custo médio da folha de pagamento dos colaboradores sobre o faturamento das empresas supermercadistas (8,6% em 2017)
· 32,2% dos supermercados gaúchos oferecem recargas de celular aos seus clientes (39% em 2017)
· 16,3% dos supermercados dispõem de serviços bancários e pagamentos de contas (22% em 2017)
· 15,9% operam com restaurantes ou lanchonetes nas lojas (15% em 2017)
· 8,5% faturam com o aluguel de sublojas na entrada dos mercados (9% em 2017)
· 34,2% têm frota própria de caminhões (37% em 2017)
· 31,4% possuem centro de distribuição próprio (20% em 2017)
Marcas próprias – Sensação no início dos anos 2000, as marcas próprias voltaram a crescer após quatro anos nos supermercados gaúchos. Neste ano, 17,6% dos supermercados informaram trabalhar com produtos de sua bandeira, enquanto em 2017 o número era de 16,8%. Em todo o Estado, já existem mais de 10,2 mil itens de marcas próprias em supermercados – e a participação média destes produtos no faturamento das empresas que operam com marcas próprias é de 4,4%.
Meios de pagamento – As compras efetivadas com dinheiro seguem em queda, e já representam somente um terço do que fica nos caixas dos supermercados (33,5%). O cartão de débito e os tíquetes-alimentação seguem crescendo, enquanto o cartão de crédito também registrou leva queda. “Vacinado, o consumidor está fugindo do endividamento”, observa Longo. Pela primeira vez na história do Ranking Agas, 100% dos supermercados informaram operar com meios eletrônicos de pagamento. “Chama a atenção que 37% dos supermercados já possuam cartão de bandeira própria”, pontua Longo.
Tíquete médio – Cada vez mais atentos aos preços e retomando o hábito de compras em volumes (ou “ranchos”), os consumidores elevaram o tíquete médio de suas compras de R$ 47,95 em 2017 para R$ 50,50 em 2018.
Sempre abertos – Para o presidente da Agas, um dos fatores mais determinantes para o crescimento dos supermercados gaúchos foi a conveniência de estarem sempre abertos, inclusive aos domingos e feriados. “Após ser reconhecido como atividade essencial a partir de decreto presencial em 2017, os supermercados tiveram maior segurança jurídica para operar aos domingos”, sublinha Longo. O Ranking Agas 2018 confirma isto: enquanto 17,6% dos supermercados informaram não abrir aos domingos em 2017, o número de lojas fechadas aos domingos caiu para 14,3% em 2018.
Importados – A participação dos importados entre os produtos vendidos pelos supermercados gaúchos permaneceu estável em 2018, com 2,04% de representatividade nas vendas.
Orgânicos – Preocupados com sua saúde e bem-estar, os consumidores seguem migrando, lenta e gradativamente, seus hábitos de compra para produtos orgânicos. Estes itens já representam 1,5% das vendas do varejo alimentar gaúcho em 2018 – ante 1,4% em 2017.
O perfil da mão-de-obra – A Agas mais uma vez estudou o perfil dos colaboradores empregados pelos supermercados no Estado. As mulheres seguem como maioria no setor:
Nível de escolaridade aumentou – O Ranking Agas 2018 mostra que 58,1% (57,2% em 2017) dos colaboradores do setor têm ensino médio; 32,8% (35,1% em 2017) o ensino fundamental; enquanto o número de trabalhadores com ensino superior atingiu 9,1% (7,7% em 2017). “É um setor que valoriza muito a capacitação técnica e, por isso, a Agas treina mais de 6 mil pessoas por ano em áreas operacionais, técnicas e de gestão”, explica Longo.
A idade dos colaboradores – Com relação às faixas etárias predominantes no setor, em média 8,3% dos colaboradores empregados nos supermercados gaúchos têm até 18 anos; 59,4% têm de 18 a 40 anos; 29,8% têm entre 40 e 60 anos; e 2,4% dos profissionais têm mais de 60 anos.
Centrais crescem acima da média – As centrais de negócios, empresas que congregam pequenos e médios supermercados sob uma mesma bandeira para realizar compras em conjunto e barganhar melhores preços, taxas e condições junto aos fornecedores, apresentaram resultado ainda superior à média do setor, no RS, em 2018.
Os supermercados vinculados a estas redes de negócio cresceram nominalmente em média 6,8. Ao todo, as 13 maiores centrais de negócios do RS somaram um faturamento de R$ 4,7 bilhões – representando 14,8% do faturamento total do setor. A maior central de negócios do Estado é a Rede Super, de Santa Maria, com faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2018.
O vaivém das vendas – Algumas categorias de produtos despontaram em vendas no ano passado, enquanto outras registraram queda ou estagnação nas vendas:
Medalha Marcello Zaffari chega para distinguir líderes do setor
Além das dez premiações aos supermercados que mais cresceram, a Associação vai homenagear outras quatro empresas – a maior em faturamento, a maior empregadora, a maior central de negócios e a rede de compras que mais cresceu. A grande novidade desta edição do prêmio, entretanto, é a Medalha Marcello Zaffari, criada neste ano pela Agas para distinguir os líderes supermercadistas que melhor personificam a força de trabalho do varejo, o engajamento social com a comunidade e o bom relacionamento com os fornecedores. “Concedida a três empresários supermercadistas de destaque – um em nível nacional, um representante da Região Metropolitana e um representante do Interior –, a Medalha Marcello Zaffari torna-se a mais alta honraria entregue pela Agas a representantes do setor varejista”, antecipa o presidente da entidade.
Conheça os agraciados do Ranking Agas 2018
Crescimento até R$ 3,6 milhões – Silvio André Zerbielli ME (Porto Alegre)
Crescimento de R$ 3,6 a R$ 6 milhões – Super da Casa Ltda. (Porto Alegre)
Crescimento de R$ 6 a R$ 12 milhões – Correa Supermercado Ltda. (Gravataí)
Crescimento de R$ 12 a R$ 24 milhões – Supermercado Brombatti Ltda. (Gramado)
Crescimento de R$ 24 a R$ 60 milhões – Super Novo Comércio de Alimentos Ltda. (Capão da Canoa)
Crescimento de R$ 60 milhões a R$ 120 milhões – Supermercado Codebal Ltda. (Eldorado do Sul)
Crescimento de R$ 120 a R$ 240 milhões – Supermercado Beltrame Ltda. (Santa Maria)
Crescimento de R$ 240 a 480 milhões – Supermercado Baklizi Ltda. (Uruguaiana)
Crescimento de R$ 480 a R$ 960 milhões – Comercial Zaffari Ltda. (Passo Fundo)
Crescimento acima de R$ 960 milhões – Unidasul Distribuidora Alimentícia S/A (Esteio)
Maior faturamento – Cia. Zaffari Comércio e Indústria (Porto Alegre)
Maior empregador – WMS Supermercados do Brasil Ltda. (Porto Alegre)
Maior crescimento Rede de Compras – Rede Fort (Novo Hamburgo)
Maior faturamento Rede de Compras – Rede Super (Santa Maria)
Medalha Marcello Zaffari | Região Metropolitana – Jacy Pfitscher (Porto Alegre)
Medalha Marcello Zaffari | Interior – Antônio Alberto Righi (Sant`Ana do Livramento)
Medalha Marcello Zaffari | Nacional – Zefiro Giassi (Içara/SC)