6ª Turma do STJ mantém anulação do júri do caso da Boate Kiss

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6ª Turma do STJ mantém anulação do júri do caso da Boate Kiss
POLÍCIA
5 de setembro de 2023 - STJ entendeu que nulidades arguidas pelas defesas no júri de 2021 foram suficientes para anular as condenações dos quatro réus do caso da Boate Kiss / Foto: Gustavo Lima/STJ

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira (5), manter a anulação das condenações de quatro acusados pelo incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 2013, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos.

Por 4 ​votos a 1, a maioria dos ministros entendeu que houve ilegalidades processuais durante a sessão do júri e manteve a decisão da Justiça de Porto Alegre, que anulou as penas.

Com a decisão, continuam anuladas as condenações dos ex-sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr (22 anos e seis meses de prisão) e Mauro Londero Hoffmann (19 anos e seis meses), além do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical Luciano Bonilha. Ambos foram condenados a 18 anos de prisão.

O colegiado julgou Por 4 votos a 1, STJ manteve anulação das penas de 4 acusados pelo incêndio na boate, que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos em 2013. Recurso contra a decisão foi do Ministério Público gaúcho.e determinou a soltura dos acusados.

Em agosto do ano passado, a 1ª Câmara Criminal do TPor 4 votos a 1, STJ manteve anulação das penas de 4 acusados pelo incêndio na boate, que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos em 2013. Recurso contra a decisão foi do Ministério Público gaúcho.ribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) aceitou recurso protocolado pela defesa dos acusados e reconheceu nulidades processuais ocorridas durante sessão do Tribunal do Júri de Porto Alegre, realizada em dezembro de 2021.

O caso começou a ser julgado no STJ em junho, mas foi interrompido após o ministro Rogério Schietti votar pela prisão imediata dos quatro condenados.

Na sessão desta tarde, os ministros Antonio Saldanha, Sebastião Reis, Jesuíno Rissato e Laurita Vaz abriram divergência e votaram pela manutenção da anulação.

No STJ, os advogados dos quatro acusados reafirmaram que o júri foi repleto de nulidades e defenderam a manutenção da decisão que anulou as condenações.

Entre as ilegalidades apontadas pelos advogados, estão a realização de uma reunião reservada entre o juiz e o conselho de sentença, sem a presença do Ministério Público e das defesas, e o sorteio de jurados fora do prazo legal.

ASSISTA À SESSÃO DA 6ª TURMA DO STJ QUE MANTEVE A ANULAÇÃO DA CONDENAÇÃO DOS RÉUS DO CASO DA BOATE KISS:

NOVO JÚRI DO CASO DA BOATE KISS ESTÁ PREVISTO PARA 20 DE NOVEMBRO

O Ministério Público Estadual (MP) avalia que é possível realizar até o final do ano um novo julgamento dos quatro réus envolvidos no caso da Boate Kiss — cujas penas foram anuladas nesta terça-feira (5) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A 1ª Vara do Júri da Capital já reservou a data de 20 de novembro para voltar a analisar as responsabilidades sobre a tragédia que deixou 242 mortos uma década atrás.

O procurador-geral de Justiça gaúcho, Alexandre Saltz, informou que a instituição cogita desistir de um recurso especial que já havia sido apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como objetivo recuperar a validade das condenações já impostas, com o objetivo de submeter mais rapidamente os réus a um novo conselho de sentença.