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Sob suspeita, leilão de arroz importado é anulado

Leilão de arroz vem sendo alvo de polêmica e denúncias, inclusive com empresas compradoras que não são do setor do agronegócio / Foto: Governo Federal/Divulgação

Leilão de arroz vem sendo alvo de polêmica e denúncias, inclusive com empresas compradoras que não são do setor do agronegócio / Foto: Governo Federal/Divulgação

O governo federal anulou, na manhã desta terça-feira (11), o leilão para a compra de arroz importado, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último sábado (8). A decisão veio após a repercussão negativa sobre a capacitação técnica e financeira das empresas vencedoras, algumas das quais não possuem histórico relevante no setor.

O leilão, avaliado em R$ 1,3 bilhão, previa a compra de 263,37 mil toneladas de arroz, com preço médio de R$ 4,99 por quilo. As empresas vencedoras incluem a Zafira Trading, ASR Locação de Veículos e Máquinas, Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos, e Queijo Minas. Críticas surgiram devido à falta de experiência de algumas dessas empresas no comércio de arroz.

Segundo Edegar Pretto, presidente da Conab, o leilão foi anulado para garantir a contratação de empresas com comprovada capacidade técnica e financeira. Pretto anunciou que um novo leilão será organizado.

A necessidade de importar arroz se deu para evitar um aumento de preços, agravado pela enchente no Rio Grande do Sul, que afetou a produção local. Contudo, o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, e outros líderes do setor agrícola manifestaram-se contra a importação, argumentando que não há risco de desabastecimento.

O edital do leilão estipulava que o arroz deveria ser entregue em sacos de cinco quilos, com o preço tabelado de R$ 20 por saco, estampado nas embalagens. A Conab planejava revender o produto a supermercados para ser vendido ao consumidor final.

LEILÃO LEVOU A DEMISSÃO DO SECRETÁRIO DE POLÍTICA AGRÍCOLA

Além da anulação do leilão, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou a demissão de Neri Geller, secretário de Política Agrícola, após a revelação de que a Foco Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é de um ex-assessor parlamentar de Geller. Fávaro esclareceu que a demissão foi um ato para evitar qualquer suspeita de conflito de interesses.

A Conab está revisando as ações do diretor de Abastecimento, Thiago dos Santos, também indicado por Geller, em meio às suspeitas de irregularidades.

A anulação do leilão de arroz importado pelo governo federal foi uma medida para assegurar a idoneidade do processo e a competência das empresas envolvidas. A decisão foi motivada por preocupações com a capacidade técnica e financeira das vencedoras iniciais e busca garantir a transparência e a eficácia na utilização de recursos públicos.

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