Em rápida aparição, presidente Bolsonaro não reconheceu textualmente a derrota para Lula / Foto: Reprodução
Ao declarar como legítimos os protestos que acontecem pelo Brasil contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu também um contraponto em sua primeira manifestação após a derrota nas urnas no segundo turno das eleições de 2022, cuja votação ocorreu em todo o país no último domingo (30). Em rápida aparição e declaração no Palácio da Alvorada nesta terça-feira (1º), Bolsonaro declarou que “as manifestações pacíficas sempre serão bem vindas”, mas se disse contra o “cerceamento do direito de ir e vir”. “Sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição”, ressaltou Bolsonaro.
Bolsonaro permaneceu no púlpito montado para sua declaração por exatos 2min39s e se recolheu sem responder a questionamentos da imprensa. Tão logo o presidente encerrou a sua fala sem reconhecer textualmente a derrota para Lula, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, confirmou que aguarda para quinta-feira (3) um encontro com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para iniciar as tratativas do processo de transição do governo.
LEIA, NA ÍNTEGRA, O DISCURSO DE BOLSONARO DADO NESTA TERÇA-FEIRA (1º), EM BRASÍLIA:
“Quero começar agradecendo aos quase 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio, e cerceamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade, e as cores verde e amarela da nossa bandeira”.