16 de abril de 2021 - 26152033_1936206_GDO (2)

O modelo de Distanciamento Controlado teve sua 50ª rodada divulgada nesta sexta-feira (16). Apesar de melhorias em alguns indicadores, o Rio Grande do Sul chega à marca sem muito a comemorar: as 21 regiões Covid permanecem em bandeira preta pela oitava semana consecutiva – nível de risco mais grave do Distanciamento Controlado. Cachoeira do Sul segue em grau de risco máximo, juntamente com as regiões de Santa Cruz do Sul e de Lajeado.

Os registros de hospitalizações confirmadas para Covid-19 nos últimos sete dias apresentou uma queda de 42.3%, passando de 284 para 164 na macrorregião (somando as seis regiões Covid). Com relação à quantidade de pacientes internados com `Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma queda de 14.4%, passando de 146 para 125. No caso de leitos clínicos, o número de pacientes internados teve estabilidade
(com variação de 0.0%), de 239 para 239. E com relação aos internados por Covid-19 em leitos de UTI, houve uma queda de 14.7%, passando de 143 para 122.

O indicador relacionado a capacidade de atendimento piorou, com isso manteve-se na Bandeira Amarela. O percentual de leitos de UTI livres, em comparação com pacientes confirmados para Covid-19 ocupando esses leitos apresentou um aumento, passando de -0.30 para -0.04.

No comparativo do número de leitos livres de UTI no último dia para atender Covid-19 entre as duas quintas-feiras, verifica-se um aumento, passando de -43 para -5. Com isso, manteve-se na Bandeira Amarela. Portanto, com as variações nos números de internados e na velocidade do avanço da doença, os indicadores macrorregionais que mensuram número de pacientes internados em UTI (por SRAG ou Covid-19) obtiveram Bandeiras Amarela. Já o indicador de internados em leitos clínicos (Covid-19) obteve Bandeira Amarela. Os indicadores de capacidade de atendimento e de mudança na capacidade de atendimento, mensuradas pela macrorregião, também obtiveram Bandeira Amarela.

CACHOEIRA DO SUL

Na versão preliminar do Distanciamento Controlado desta semana, a região de Cachoeira do Sul obteve a mensuração final compatível à Bandeira Preta. Quanto aos seus quatro indicadores regionais, Cachoeira do Sul obteve as seguintes bandeiras:

  • no indicador de incidência (número de hospitalizações por Covid-19 para cada 100 mil habitantes), Bandeira Preta
  • no de projeção de óbitos, Bandeira Preta
  • na velocidade de avanço (hospitalizações confirmadas nos últimos sete dias / hospitalizações confirmadas nos sete dias anteriores), Bandeira Amarela
  • no estágio da evolução na região (ativos/recuperados), Bandeira Laranja

O número de novos registros de hospitalizações por Covid-19, nos últimos sete dias, comparado com a semana anterior, apresentou uma queda de 61.8%, passando de 76 para 29. Quanto ao número de óbitos, nos últimos sete dias, comparado com a semana anterior, houve um aumento de 7.1%, passando de 14 para 15.

Em relação ao número de internados em UTI por SRAG, comparado com a semana anterior, a queda foi de 13.6%, passando de 22 para 19. No caso do número de internados em leitos clínicos para Covid-19, entre as duas semanas verifica-se um aumento de 11.6%, passando de 69 para 77.

Para o número de internados em UTI confirmadas para Covid-19, a situação foi de uma queda de 13.6%, passando de 22 para 19.

O número de casos ativos observados na penúltima semana, comparado à anterior, tivemos uma queda de 18.7%, passando de 1689 para 1373. Quanto aos casos recuperados nos 50 dias prévios à penúltima semana, comparado à anterior, tivemos um aumento de 17.4%, passando de 4.270 para 5.015. Com isso a razão entre as duas variáveis teve uma queda de 30.8%, passando de 0.40 para 0.27. Com relação ao número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia, o quantitativo apresentou um aumento, passando de -10 para 0.

Destaca-se que a quantidade de novas hospitalizações em proporção da população é bastante elevada, refletindo na bandeira Preta para o indicador de incidência na região.

RS

O Rio Grande do SUl está todo preto desde a 43ª rodada, quando foi criada a salvaguarda estadual que garante a aplicação automática da bandeira mais grave a todas as regiões quando a capacidade hospitalar está próxima do limite.

Como há risco de as equipes de saúde estarem sobrecarregadas e de haver atraso no preenchimento dos dados, o Gabinete de Crise determinou que quando a razão de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI estiver menor ou igual a 0,35 a nível estadual, a salvaguarda será acionada, e se sobrepõe à média ponderada dos indicadores regionais.

No cálculo desta 50ª rodada, por exemplo, o RS estava com 333 leitos de UTI livres e 2.096 pacientes confirmados Covid-19 em UTI, alcançando índice de 0,16 – ainda abaixo da régua da salvaguarda. Ainda assim, o número está melhor do que na rodada anterior, quando foi de 0,06.

Como a ocupação hospitalar ainda está próxima a 90%, o Estado segue com pressão sobre o sistema de saúde gaúcho – por isso, o Gabinete de Crise segue com cautela para atender a pedidos de mudanças nos protocolos do Distanciamento Controlado nesta semana.

Segundo a secretária da Saúde, Arita Bergmann, o cenário ainda é de risco altíssimo, como mostra o mapa todo preto do Distanciamento Controlado pela oitava semana consecutiva. “Se cada um não fizer a sua parte, o Estado ser cuidadoso ao liberar as atividades, os municípios serem rigorosos na fiscalização e os estabelecimentos e as próprias pessoas respeitarem os protocolos da sua cidade, além dos protocolos obrigatórios, como uso de máscara, evitar aglomeração e fazer a higienização constante, mais tempo ficaremos sob as restrições de distanciamento”, apontou Arita.

Segundo a secretária, para que o Estado possa seguir gradualmente liberando as atividades, é fundamental que as prefeituras atualizem e atendam aos critérios exigidos pelo Estado nos planos de fiscalização municipais. Até agora, o governo já recebeu 431 planos, mas muitos deles não atenderam na íntegra os requisitos e estão sendo devolvidos para que seja feita a complementação.

“É de suma importância que as prefeituras ampliem suas equipes de agentes de fiscalização e aperfeiçoem esse trabalho, principalmente porque há uma redução da velocidade de queda nas internações no Estado. Para que a gente não tenha de voltar a adotar medidas mais restritivas, como suspender a cogestão e fechar atividades, é fundamental que os municípios façam esse trabalho, para o qual o governo é parceiro tanto com apoio técnico e operacional, como com recursos para contratação de profissionais”

Ritmo de queda nas internações perde velocidade

Nesta 50ª rodada, houve nova redução nos números de pacientes confirmados com Covid-19 em leitos clínicos (-11%) e em UTI (-10%), comparativamente à semana anterior. O número de registros de óbito também reduziu, caindo 14% no período.

No entanto, o Boletim de Hospitalizações RS, atualizado diariamente pelo Comitê de Dados, nesta sexta-feira (16/4), mostra que há uma desaceleração na queda de internações no Estado em leitos clínicos. A variação de pacientes confirmados com Covid na semana retrasada foi de -21,4%, na semana anterior de -,18,3% e, nesta semana, de -10,8%. Enquanto no dia 5 de fevereiro havia 1.329 pacientes suspeitos ou confirmados com Covid-19 em leitos clínicos, nesta sexta (16/4), são 3.106 internados, ou seja, 2,3 vezes a mais que no início do ciclo.

Ainda conforme o Comitê, o total de pacientes confirmados e suspeitos em UTI chegou ao pico de internados no dia 21 (2.771), mantendo-se com relativa estabilidade até o dia 27 de março, quando iniciou-se um processo de redução. Nesta sexta (16), a taxa de ocupação de leitos UTI em geral estava em 88,5%, sendo 2.168 pacientes confirmados ou suspeitos para Covid-19 e 824 pacientes não Covid.

Somando o total de pacientes confirmados e suspeitos em leitos clínicos e UTI, o RS ainda está com quase duas vezes mais internados do que nos picos anteriores. “Nos últimos dias, houve desaceleração do ritmo de queda no número de internados em leitos clínicos. Mantém-se alerta, pois qualquer reversão do processo de queda passará antes por uma desaceleração, e, dada a continuidade da alta pressão sobre o sistema hospitalar, ainda não há espaço para nova elevação a partir do patamar atual”, aponta balanço do Comitê de Dados.

Mapa da 50ª rodada

O mapa divulgado nesta sexta (16) já é definitivo, com validade até 26 de abril, ou seja, não há possibilidade de envio de pedidos de reconsideração à classificação, devido à gravidade do cenário.

Também segue suspensa a Regra 0-0, a partir da qual municípios sem registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira imediatamente inferior.

A cogestão regional, por sua vez, está permitida. Atualmente, todas as 21 regiões aderiram à gestão compartilhada e podem utilizar protocolos próprios até o limite de restrições da bandeira vermelha – não podendo ser mais flexíveis que isso.