Um encontro presencial na Barragem do Capané, em Cachoeira do Sul, teve como principal tema a situação que envolve o nível de represamento de água que teve seu limite máximo bastante reduzido nos últimos meses. A reunião ocorreu na tarde desta quarta-feira.
Com promoção da diretoria do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a iniciativa contou com a participação do seu diretor comercial, João Batista Gomes; do secretário-adjunto da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodriguez; de representantes do corpo técnico da autarquia, dentre eles o engenheiro civil Décio Colatto e engenheiros agrônomos Ivo Melo e Pedro Hamann; o presidente da Associação dos Usuários da Água da barragem, Augusto Hoerbe, e os membros da entidade Rogério Hoerbe e Maurício Dickow; do secretário Municipal de Agricultura, Fernando Cantarelli; e do diretor da Secretaria de Agricultura, Diego da Cruz, bem como dos técnicos que representaram a empresa Nova Engevix, que atualmente mantém contrato com o Irga para a realização de estudo e elaboração projeto de reforma total da barragem.
O presidente em exercício do Irga, Eduardo Milani, fez a abertura dos trabalhos, que foram seguidos de diversas manifestações pelos participantes. Foi relatado sobre a importância socioeconômica da barragem para a região e também quanto ao impacto que sofrerão os produtores de arroz que contam com a barragem como a única fonte de água para irrigar as lavouras há mais de 70 anos.
No encontro foi estabelecido um cronograma emergencial de ações entre o Irga, empresa Nova Engevix, a Prefeitura e a Associação dos Usuários da Água, de forma a viabilizar a retomada gradativa do nível da barragem para sete metros – limite ainda distante do nível original de 12,35 metros, o que representa a capacidade total da barragem.
Ficou evidenciado que o projeto de recuperação total do maciço da barragem chegará à casa dos R$ 50 milhões, contemplando a impermeabilização total do maciço, projeto este que exigirá uma grande demanda de tempo para sua execução e envolverá elevados recursos financeiros e para os quais não há previsão orçamentária. De forma emergencial, ficou definida a construção de um dreno de pé ao longo de toda a extensão da taipa da barragem (aproximadamente 2,3 quilômetros), também ficando ajustado pela implantação do PAE – Plano de Ação Emergencial a ser desenvolvido por profissionais do Irga junto com a Prefeitura e Defesa Civil de Cachoeira do Sul neste caso, havendo uma mobilização perante toda a comunidade eventualmente atingida em caso de rompimento da barragem. Também ficou decidido que será realizada obra de modificação do nível do canal extravasor, permitindo assim garantir que o nível máximo permitido de represamento de água seja respeitado. Essa última intervenção terá início já nos próximos dias, em razão do apoio privado anunciado pela Associação dos Usuários, que auxiliarão com o emprego de máquinas pesadas, que ocorrerá com orientação e supervisão de técnicos da autarquia.
Com esses posicionamentos tomados por consenso por todos os presentes na reunião, ficou decidido que, paulatinamente, ocorrerá a elevação do nível da água para que, assim, haja uma mitigação dos eventuais prejuízos que os produtores rurais teriam.