Quase 10% das lavouras de soja estão colhidas no Estado

Por
Quase 10% das lavouras de soja estão colhidas no Estado
DESTAQUES
14 de março de 2020 - soja1910

Foto: Emater

As lavouras de soja no Estado já contam com 8% da sua área cultivada colhida. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, conveniada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), 36% das lavouras encontram-se prontas para colher, 48% em enchimento de grãos, 7% em floração e 1% em desenvolvimento vegetativo.

Mais da metade (57%) das lavouras de milho no Rio Grande do Sul estão colhidas, 5% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 7% em floração, 18% em enchimento de grãos e 13% maduro.

A permanência das condições de tempo seco no Rio Grande do Sul tem favorecido a cultura que se encontra com bom estande de plantas e bom desenvolvimento. Os mananciais, no entanto, já apresentam diminuição em função da falta de reposição dos volumes de água. No período, em 1% das lavouras, a fase é de germinação e desenvolvimento vegetativo, 6% delas estão em floração, 26% em enchimento de grãos, 44% em maturação e 23% foram colhidos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, o feijão 1ª safra é a cultura de grãos mais impactada pelas adversidades climáticas ocorridas desde o início da semeadura até o final do ciclo, principalmente pelo efeito prejudicial da estiagem nas fases da floração e enchimento dos grãos. Estão colhidas 63% das áreas semeadas. Em Canguçu, Santana da Boa Vista e São Lourenço do Sul, a colheita está concluída. Nas demais áreas na região, a cultura está em fase de maturação.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, a segunda safra está semeada e se encontra na fase de emergência e desenvolvimento vegetativo. Em geral, as lavouras estão com bom estande, mas já se ressentem da ausência de umidade no solo, fator igualmente restritivo para a realização da primeira aplicação de adubação nitrogenada.

OLERÍCOLAS

Na regional de Ijuí, o cenário apresenta tendência de concentração da produção de olerícolas com aumento de escala e redução do número de produtores, principalmente devido à falta de mão de obra nas propriedades. O polo produtivo de Ijuí, o maior da região, vem adotando mais mecanização, automatização da irrigação e cultivo protegido, retomando inclusive o uso de produtos biológicos nos tratos culturais para atender a demanda de consumidores preferenciais de produtos orgânicos. As culturas de verão, como abóboras para saladas e vagens, estão em final de ciclo, diminuindo a oferta local.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, as condições climáticas de tempo seco e forte insolação dificultam a produção de espécies olerícolas cultivadas a campo, principalmente em função da baixa umidade relativa do ar e do solo. A irrigação tem sido usada com maior frequência; ainda assim, não há condições de preparo do solo para futuros cultivos.

Mudas recém-transplantadas tiveram pegamento reduzido e demanda por irrigação recorrente. Nos cultivos protegidos, há ocorrência de pragas, principalmente tripes, mosca-branca e ácaros. Há produção de folhosas como alface, rúcula e couve-folha somente em hortas com irrigação e com telas de sombreamento. Há forte ataque de lagartas (Ascia monuste), pulgões, ácaros, tripes e coleópteros crisomelídeos, sendo necessária a aplicação de inseticidas. Cucurbitáceas seguem em plena colheita. Com relação à rastreabilidade, os mercados locais já implementaram as cobranças da procedência dos produtos.

PISCICULTURA E PESCA ARTESANAL

A redução do volume de água dos açudes exige cuidados especiais para manter boas condições alimentares e oxigenação para os peixes. Ocorreram casos de morte de peixes por asfixia nas regiões da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa e Porto Alegre.

Na região da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, no rio Uruguai continua a proliferação de algas, que causa mau cheiro na água e dificulta o trabalho dos pescadores artesanais, pois os obriga a lavar continuadamente os equipamentos de pesca. As espécies de peixe sem escamas são as mais capturadas.

Na região de Pelotas, a captura de pescado artesanal nas lagoas Mirim e dos Patos é baixa. Em Rio Grande e São José do Norte, o camarão é capturado em boa quantidade, mas com tamanho pequeno. Na de Porto Alegre, em Palmares do Sul, Tapes, Imbé, Tramandaí e Mostardas, a produtividade da pesca artesanal na semana foi baixa.

OVINOCULTURA, BOVINOCULTURA DE LEITE E DE CORTE

Os rebanhos ovinos do Rio Grande do Sul encontram-se em boas condições corporais e sanitárias. O hábito de pastejo mais rente ao solo praticado pelos ovinos lhes garante melhor aproveitamento alimentar e nutricional em períodos de menor crescimento das pastagens.

O clima mais seco auxilia o controle de parasitoses internas e externas. Em relação ao manejo reprodutivo, a cobertura das matrizes nas propriedades onde foi iniciada em março deve ser estendida até o final de abril.

Os rebanhos de bovinos de leite nas várias regiões do Estado começam a sentir mais severamente os efeitos da estiagem prolongada, que afetam sua condição corporal e a produção leiteira.

As condições sanitárias são satisfatórias, mas com ocorrência acima do normal de algumas infestações por carrapato, mosca-do-chifre e miíases, considerando as condições de baixo teor de umidade no solo no período atual.

Considerando o extenso período de deficiência de umidade no solo, que prejudicou o desenvolvimento dos pastos na maior parte das regiões, o estado geral dos bovinos de corte é razoável. Em diversas áreas, o gado apresenta perda de peso e, em vários locais, está faltando água para dessedentação.

As condições sanitárias são satisfatórias, com incidência de infestações parasitárias entre fracas e moderadas, que são controladas por práticas de manejo e uso de medicamentos apropriados. Em propriedades mais afetadas pela seca e a fim de evitar mais perda de peso dos animais, alguns produtores antecipam a venda para o abate, diminuindo assim a possibilidade de maiores prejuízos.