A Secretaria Municipal da Saúde registrou alta procura de pacientes que superlotou as duas unidades escaladas para o turno estendido de atendimentos de saúde no fim da tarde e noite desta segunda-feira (7). A crise provocada pelo aumento dos casos de dengue coincidindo com a troca da temperatura e maior incidência de infecções respiratórias, gerou uma média de 75 assistências por posto de saúde em operação das 17 horas às 21 horas, ocasionando, por protocolo, avaliação de casos prioritários, espera e filas, assim como sobrecarga de trabalho às equipes atuantes no período. “A situação de emergência deflagrada pela dengue, aliada ao anúncio do primeiro óbito e somada, ainda, à primeira onda das síndromes gripais do ano, sobrecarrega o sistema e precisamos de colaboração do público para que as equipes possam absorver a demanda de acordo com o manejo clínico indicado. Estamos empenhados em atender bem e com qualidade a todos os usuários”, argumenta a secretária municipal da saúde, Camila Nunes Barreto.
Ao mesmo tempo em que ilustra os motivos da espera maior verificada no último turno extra da Saúde – a maior verificada desde o início do horário estendido, em 26 de março – a titular da SMS busca justificar à população que a alta demanda está sendo monitorada e é prioridade da Administração Municipal, tanto que o prefeito Leandro Balardin decretou, ainda na sexta-feira passada (4), situação de emergência em saúde pública em Cachoeira do Sul devido ao contexto epidemiológico para arboviroses. “Com este alerta formalizado e aprovado, poderemos obter os recursos adicionais, tanto do Estado como do Governo Federal, para fazer os investimentos que a situação nos exige, sendo um dos primordiais a ampliação das equipes de atendimento na saúde. Estamos vigilantes e atuantes”, reitera Camila.
E A DEMORA?
O turno de atendimentos de saúde em horário alternativo, das 17 horas às 21 horas, foi criado com o propósito de ampliar o acesso da população aos serviços e visando agilizar a assistência nos casos suspeitos de dengue, doença que evolui rápido e demanda medidas imediatas de diagnóstico e tratamento. Entretanto, argumentam os profissionais de saúde, há grande procura por pacientes que não apresentam nem indícios de dengue e nem sintomas gripais, casos que obrigatoriamente serão priorizados neste turno. “Por isso são formadas filas e os casos que integram a rotina das unidades (e que poderiam ser verificados nos turnos da manhã e tarde) acabam esperando mais. O início da imunização para a influenza nesta segunda-feira também colaborou para a alta demanda. Foram 87 doses de vacinas aplicadas somente no horário adicional”, esclarece a secretária da saúde.
Por outro lado, avalia Camila, “há uma força de trabalho empenhada e sob pressão. Estas mesmas equipes que foram duramente cobradas, especialmente no final do dia desta segunda-feira, foram as responsáveis por 963 doses distribuídas no primeiro dia da vacinação contra a gripe em nossa cidade. Os profissionais são os mesmos, eles apenas se revezam para atuar nos turnos extras. Pedimos apenas a compreensão de todos que as medidas de melhoria já estão planejadas e em vias de execução”, conclui a gestora da saúde. A secretária está ciente de que a decisão por agilizar o acesso imediato dos usuários do SUS à assistência farmacêutica, com a administração dos medicamentos já durante o atendimento inicial direto nas unidades, é outro fator que demanda envolvimento maior dos profissionais e saúde e, consequentemente, mais espera para quem aguarda.
TURNO EXTRA DESTA SEGUNDA-FEIRA
07/04, das 17 horas às 21 horas
– 25 atendimentos médicos e de enfermagem na EAP Centro Social Urbano
– 5 procedimentos para administração de medicamentos na unidade
– 41 doses de vacinas aplicadas no período
– 24 atendimentos médicos e de enfermagem na EAP Central
– 9 procedimentos para administração de medicamentos na unidade
– 46 doses de vacinas aplicadas no período