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Projeto prevê homenagem ao criador do primeiro carro artesanal do Brasil

Crédito: Elizabeth Thomsen

Crédito: Elizabeth Thomsen

Um projeto de lei, de autoria do vereador Itamar Luz (Progressistas), denomina Avenida Ruben Otto Prass, o trecho urbano da BR-153, compreendido entre a Rua Augusto Wilhelm e a Avenida dos Imigrantes.

 

Quem foi?

 

Ruben Otto Prass, nasceu na Linha Brasil, em Candelária, no dia 5 de junho de 1924. Filho de Rodolpho Prass e Elizabetha Jensen Prass, com um mês de idade mudou-se para Cerro Branco, então distrito de Cachoeira do Sul, onde completou a instrução primária. Ruben Otto veio para Cachoeira do Sul, onde trabalhou do final dos anos 1930 até meados dos anos 1940, na Casa Elétrica de Guilherme Matte.

Em 1949, com o irmão gêmeo Reimar Hugo, instalou a firma Centro Rádio Elétrico, fechada em 1990. E como eletrotécnico, prestou e variados serviços: instalações elétricas em prédios e residências, manutenção técnica de emissoras de televisão e rádio, assistência a casas de cinema, como o Cine Ópera Astral, desde a sua abertura em 1953 até o seu fechamento em 2003, e recentemente do Cine Via Sete. A modernidade e a evolução tecnológica, antes de assustá-lo, o estimulava em sua genial capacidade de entender os mistérios da eletroeletrônica.

Casou-se em 12 de julho de 1952 com Eli Ieda Homrich Prass, com quem teve cinco filhos: Elizabeth, Lúcia, Roberto, Elaine e Luciana.

Crédito: Acervo familiar

Seus 92 anos vividos ainda serão lembrados pela fama da genialidade e a associação popular de sua figura à do Professor Pardal dos quadrinhos de Walt Disney. Fama que, aliás, não é desmedida, uma vez que ele foi o fabricante do primeiro carro artesanal do Brasil, o Prass 1956 (140 quilos; capacidade para quatro pessoas; 25 quilômetros por litro de autonomia; 90 km/h de velocidade; 9,5cv de potência; e mais de 50 mil quilômetros rodados), carinhosamente apelidado pela família de “autinho”, e que ganhou divulgação nacional em 2009, quando o programa Auto Esporte, da Rede Globo, levou ao ar a história do carro construído a partir do motor de uma motocicleta. Ainda foi matéria no Jornal do Almoço, na RBS TV, em 2012.

Outros inventos dele garantiram a facilitação das atividades domésticas de sua esposa Ieda, como fornecimento de água quente para toda a casa por meio da captação de energia solar, elevador feito com correias de bicicletas para condução ao terraço, climatização da casa inteira com um único aparelho de ar-condicionado – que também funciona como secadora de roupas, rebobinador de motores, porta automática na garagem com motor de um cortador de tijolos, enceradeira transformada em cortador de grama e também um aparelho de ultrassom que produz um ruído inaudível para os ouvidos humanos, mas insuportável para o mosquitos.

A trajetória de vida do autodidata Ruben Otto Prass não se esgota em sua extrema capacidade profissional e criativa, ganhando projeção no envolvimento comunitário e nas ações voluntárias em prol de entidades e espaços públicos.

Realizou instalações elétricas em prédios da cidade, dentre os quais: Loja e Posto Sperb Kämpf, Edifício Pfüller, Auto Peças União, Hotel União, Escritório Bacchin/Lewis, Cine Ópera Astral, Fábrica de Calcário Bacchin, residência do Dr. Theonas de Oliveira, residência do Dr. Edyr Lima, Colégio Sinodal Barão do Rio Branco e Ginásio de Esportes e Escola Polivalente Diva Costa Facchin.

De 1º de setembro de 1971 a 30 de agosto de 1976 foi responsável pela manutenção técnica da repetidora de Cachoeira do Sul da Rádio e Televisão Piratini Ltda (Diários e Emissoras Associados do RS), mas já em 20 de julho de 1969, quando o astronauta Neil Amstrong chegou à Lua, estava de plantão no Passo do Moura para consertar algum eventual problema na transmissão, ao vivo, do fato histórico.

Crédito: Ass. Com.

Desde sua inauguração 1953 até o fechamento do Cine Ópera Astral em 2003, realizou serviços voluntários de manutenção nos equipamentos de projeção, instalações elétricas e sonoras. Recebendo um Título de Louvor pela Prefeitura Municipal no Governo Pipa Germanos na passagem dos 50 anos do Astral.

Em 1968, foi eletricista auxiliar da Fonte Das Águas Dançantes idealizada por Artibano Savi e inaugurada durante a Fenarroz, realizando serviços voluntários de manutenção da mesma enquanto esteve em funcionamento e também do relógio do sino do Templo Martim Lutero, até o seu falecimento.

Sempre solidário, e devido à repercussão do seu trabalho, foi responsável pela construção de mais quatro elevadores em residências de pessoas com deficiência motora, após a sua aposentadoria.

Foi sócio-fundador da extinta Univale de Cachoeira do Sul e membro da CACVEA – Associação Cachoeirense de Veículos Antigos criada em 2002.

Participou em 2003 do documentário “Astral: 50 anos de história”, de Mirela Kruel e Luciana Prass. Em 2016 recebeu ainda em vida, uma homenagem como o nome de uma sala de cinema do Cine Via 7 no Orlando Plaza Shopping.

Com dificuldade auditiva desde o seu nascimento, Ruben Otto Prass faleceu no dia 11 de março de 2017.

* dados da pesquisadora Mirian Ritzel e projeto de lei

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