Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul, realizada nesta segunda-feira (14) à tarde, os alunos Ana Paula Almança, Cristiane da Silva Rosa, William Mateus Elesbão de Souza, representantes do curso técnico em Finanças do Senac, utilizaram a Tribuna Popular para apresentar o projeto Mundo Colorido. A participação foi viabilizada por meio de convite da vereadora Ana Paula Melo (PP).
O projeto, idealizado em sala de aula no ano passado, surgiu a partir do desafio de desenvolver uma iniciativa sustentável com viés social. Os alunos, sensibilizados pela causa da inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), decidiram criar brinquedos pedagógicos e sensoriais voltados ao desenvolvimento emocional e motor dessas crianças.
Segundo os estudantes, o Mundo Colorido começou com oficinas teóricas e práticas, que abordam temas como o autismo e a construção de brinquedos personalizados. Entre os materiais produzidos estão:
- Caixa das Emoções, feita de papelão, onde a criança expressa seu estado emocional através de emojis;
- Maleta de Vestimentas, que estimula o tato e a coordenação motora;
- Livro Sensorial, feito em feltro, com conteúdos lúdicos sobre matemática, alfabetização e higiene.
“Não somos especialistas. Somos estudantes que estudaram, pesquisaram e ouviram profissionais da área. Tudo com muito respeito e dedicação”
aluna Ana Paula Almança
Cristiane da Silva Rosa destacou que o projeto tem alcançado bons resultados nas duas oficinas já realizadas e que está sendo apresentado a escolas, clínicas e lideranças locais. “Mais do que brinquedos, estamos construindo vínculos, fortalecendo redes de apoio e levando mais humanidade às práticas educativas”, afirmou.
Os estudantes enfatizaram ainda a necessidade de apoio institucional e financeiro para que o projeto avance e atinja mais comunidades e escolas. Eles ressaltaram dados preocupantes: em Cachoeira do Sul, há 356 crianças autistas cadastradas no sistema CPTEA, mas muitas ainda estão fora das estatísticas. “E os adultos autistas, onde estão? E os pais dessas crianças, têm apoio? Na maioria das vezes, são mães solo que carregam tudo sozinhas”, destacou Cristiane.
O grupo fez um apelo à Câmara para que se some aos esforços por uma sociedade mais inclusiva. “O Mundo Colorido não é só um projeto. É um convite à empatia, à escuta e ao cuidado com o outro”, finalizou Cristiane.