Um projeto de lei, de autoria do vereador Marcelo Figueiró (MDB), prevê a denominação de “Estrada Professor Nelson Steffens”, a via conhecida como Estrada do Capão Grande, com início a leste no Balneário Capão Grande e término a oeste no entroncamento com a Avenida Volta da Charqueada.
Desde 1960, aos 16 anos, quando deixou a vida no campo, na roça, onde a família de nove irmãos cultivava fumo com os pais João e Tereza, Nelson Augusto Steffens foi um “marista”. Seja como um estudante ou juvenista – como eram chamados, percorreu os internatos das cidades de Joaçaba, Santo Ângelo, Getúlio Vargas, Passo Fundo e Santa Maria.
Casou-se em 1972 com Inês Maria Ruoso Steffens. Tiveram três filhos, André, Márcio e Guilherme. Em 1973, Steffens formou-se em Licenciatura Plena de Letras na Universidade de Passo Fundo.
Nesta época, ainda em Passo Fundo, iniciou a carreira de professor e educador, na qual se aposentaria, no Colégio Marista Conceição.
Em seguida, mudaram-se para Cachoeira do Sul, pois os familiares são de Arroio do Tigre e Sobradinho, para lecionar pelos anos seguintes s e compartilhando seu conhecimento com alunos no Colégio Marista Roque Gonçalves e na Escola Estadual Borges de Medeiros.
Assumiu os cargos de assessor de Esportes (1975), conselheiro de classe, coordenador de curso de poesia, membro do Conselho Técnico Administrativo Pedagógico (1977), presidente da Associação de Professores (1994) e coordenador do curso de Contabilidade (1986 a 1995), no Colégio Roque Gonçalves.
Também assumiu a função de coordenador pedagógico e vice-diretor da Escola Borge De Medeiros, além de professor da Escola de Educação Profissional da Saúde, de 2003 a 2005.
Foi professor dos cursos pré-vestibulares Candiani, Rede Cipel, e Precisão entre os anos de 1970 e 2005, influenciando os alunos em sua futura jornada profissional.
Na sua contínua busca por influenciar positivamente seus alunos, através da empatia e altruísmo, desenvolveu o Projeto “A Jornada pela Cristo Rei”. Uma vez por ano, os alunos da escola Marista levavam doações, conversavam com as famílias e refletiam sobre esta diferente realidade. Cada aluno, então, como avaliação, escrevia uma redação sobre a experiência.
Na Escola Borges de Medeiros, criou o projeto “Visita ao Lar dos Idosos do Lar Nossa Senhora Medianeira”, no qual os alunos realizam atividade semelhante ao Projeto Jornada pela Cristo Rei.
Foi guardião da Igreja São José por aproximadamente 10 anos durante sua aposentadoria.
Recebeu em 1998, o primeiro lugar na pesquisa Simpatia Pública. Em 2002, foi alvo de homenagem da Província Marista de Santa Maria. Em 2005, foi patrono da 3ª Feira do Livro da Escola Borges de Medeiros, e em 2008, recebeu o título de Cidadão Honorário de Cachoeira do Sul pelos serviços prestados à comunidade de Cachoeira do Sul.
Discurso – Cidadão Honorário de Cachoeira do Sul
Era, então, 1960. Precisava voltar a estudar. Havia parado fazia tempo. Estava com 16 anos. Eu trabalhava na lavoura de fumo.
Coincidentemente, apareceu lá no interior de Arroio do Tigre, um Irmão Marista chamado Fredolino. Ele convidava adolescentes, jovens, para serem Irmãos Maristas. Fui convidado.
Aceitei o convite. Foi comigo, também, o Sílvio Schuster, meu conterrâneo, meu amigo de infância, de adolescência.
Em janeiro de 1960 comecei a frequentar Colégios Maristas, onde havia formação específica (juvenatos) para quem quisesse ser Ir. Marista. Quanta dificuldade. Nunca havia saído de Arroio do Tigre.
Assim, passei por Joaçaba (Santa Catarina), Santo Ângelo, Getúlio Vargas, Passo Fundo, Santa Maria e voltei a Passo Fundo, onde me demorei um pouco mais porque lá fiz o Curso Superior de Letras. Já era início da década de 70.
Foi lá, em Passo Fundo, que eu comuniquei ao Superior Geral Marista, que eu achava que não tinha vocação para ser Irmão Marista. Mas, “sempre” fui e sou Marista.
Mesmo sabendo que eu não seria Irmão Marista, o Diretor do Colégio Marista Conceição convidou-me para dar aula naquele educandário. Foi, talvez, um dos momentos mais importantes da minha vida. Foi a grande oportunidade.
Foi ali, no Conceição, que iniciou a minha caminhada, como educador.
Ali, com os Maristas, aprendi os primeiros passos nesta difícil, porém sublime missão. A de educar.
Casei com a Inês, no dia 15 de dezembro de 1973. Lá, em Arroio do Tigre.
Como nossos familiares são de Arroio do Tigre e Sobradinho, aqui representados por alguns dos mais queridos, decidimos vir morar em Cachoeira do Sul, pois ficaríamos mais próximos de nossos familiares.
O professor Steffens – morador do Bairro Drews – faleceu no dia 17 de agosto de 2023, aos 80 anos.