O magistério de Cachoeira do Sul mostrou sua força na manhã desta terça-feira (11), na frente da Prefeitura. Cerca de 500 professores, liderados pelo Siprom, o sindicato da categoria, protestaram contra o atraso no pagamento do Fundo de Pensão dos Servidores (Faps), alteração no plano de carreira, situação precária das escolas e cobraram uma posição oficial do governo sobre a possibilidade de atraso de salários.
Os professores ocuparam a frente do gabinete do prefeito Sergio Ghignatti entre as 8h e 10h. Com faixas e cartazes, a manifestação teve momentos de tensão, quando um professor no microfone falou que “o prefeito agredia a categoria”. Neste instante, o prefeito saiu de seu gabinete e pegou o microfone para questionar quando teria “agredido um professor”.
A vice-presidente do Siprom, Elaine Paz, contemporizou a situação ao dizer que o termo “agressão” tinha um sentido figurado e que o magistério reconhecia o bom relacionamento com o prefeito. A partir daí, Sergio Ghignatti passou a dar explicações sobre o Faps e afirmou que a Prefeitura busca a economia para cumprir suas obrigações e não pensa em atrasar salários.
“E o diário eletrônico, prefeito, corte os salários dos CCs, reduza secretarias, mas não abandone a educação”, foi o desabafo da professor Janete Regina Pereira Machado, que atua nas escolas Imperatriz Leopoldina, no Faxinal da Guardinha e na Milton da Cruz, no Bairro Universitário.
CONVITE
Ghignatti na tentativa de acalmar os ânimos convidou um representante do Siprom para participar todas as segundas-feiras das reuniões do secretariado. A presidente do Sindicato, Josie Rosa, não aceitou. “Prefeito só vamos a reunião que tenha por objetivo tratar de assuntos da educação”, salientou, o que foi aplaudida pelos professores.
FAPS
O prefeito disse que a situação da dívida do Faps, onde busca o parcelamento, é crítica. “Minha ideia é reunir o Ministério Público, os sindicatos, lideranças da comunidade para buscar uma solução”, revelou, acrescentando que a dívida é histórica e que pode inviabilizar a Prefeitura. “Por isto, estamos preocupados”, destacou. Atualmente, a Prefeitura não deposita o valor de R$ 1,8 mil referente à parte patronal do Faps. Este procedimento se arrasta há 12 meses.
TERRORISMO
Na manifestação, que contou a presença de representantes de sindicatos de trabalhadores e de vereadores, o prefeito salientou que há muito terrorismo sobre a situação da Prefeitura. “A rádio corredor está em todos os lugares, mas quando tiverem dúvidas venham conversar comigo ou com meus secretários”, observou Ghignatti. Ele disse também que não pensa em retirar o refeisul no período de férias.
O SIPROM
A direção do Siprom entregou ao prefeito um documento com as reivindicações das categorias e também um pinheiro decorado com os pedidos dos professores. “Este pinheiro, prefeito, queremos que fique no seu gabinete para o senhor lembrar todos os dias do magistério”, salientou a presidente do Siprom, Josie Rosa.
APOIO
O ato público promovido pelo Siprom teve o apoio da direção da Intersindical de Cachoeira do Sul e também contou com a presença do presidente da Câmara de Vereadores, Igor Noronha, que também estava acompanhado de parlamentares.