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Produtividade consegue compensar parte da redução da área plantada?

Presidente da Federarroz, Alexandre Velho / Crédito: Carlos Queiroz

A área plantada de arroz no Rio Grande do Sul para a safra 2022/2023 deverá ser 10% menor. A estimativa é da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Com um aumento de custos de produção nos últimos dois anos, em torno de 60% , os produtores buscaram a rotação de culturas como alternativa para alcançar resultados biológicos, com soja, milho e até mesmo pecuária.

O plantio está praticamente concluído no estado, com 97% da área plantada, conforme os números do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) apresentados pela Federarroz na manhã desta quarta-feira. O presidente da entidade, Alexandre Velho, estima que se pode chegar a 850 mil hectares plantados. Segundo ele, a redução foi estimulada pelo alto custo de produção, que nos últimos dois anos chegou a 60%. “O arrozeiro tem este desafio de enfrentar alto custo de produção e a maneira que temos hoje é a rotação de culturas. Ela aumenta a fertilidade do solo, a produtividade e consequente rentabilidade”, detalha o produtor. Ele lembra que o tema da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que será realizado em fevereiro de 2023, teve o tema “arrozeiros como produtores multissafras” exatamente por este viés.

Alexandre Velho detalhou sobre o aumento de custos, devido aos reflexos da guerra na Ucrânia, como a especulação da indústria de fertilizantes. “Os produtores compraram a preço muito alto e quando ele caiu, já era tarde, pois 80% deles já tinham comprado o adubo a preços elevados”, explicou. O dirigente também enfatizou que o arrozeiro não regula o preço de venda que é determinado pelo mercado, por diversos fatores, como mercado internacional, taxa de câmbio e paridade quanto ao Mercosul. “Ele acaba indo para outros grãos, no caso a soja e o milho que estão com preços bons. No caso da soja, ela tem custo de metade do arroz e preço de mercado futuro que traz uma segurança ao produtor”, explica. Velho disse que é preciso seguir na pauta estrutural para baixar custos de produção.

Sobre o risco de desabastecimento com a redução da área plantada, o presidente da Federarroz garante que há uma certa tranquilidade. “Parte da área que sofreu compensa pelo aumento da produtividade. Não vejo risco de desabastecimento, mas ajuste na oferta e demanda por conta do preço mais elevado, porém a qualidade do produto importado é inferior ao nacional. Com isso, houve aumento de competitividade junto ao mercado do México, alavancando a exportação do arroz brasileiro”, finaliza.

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