Crescente nos últimos anos, o plantio de oliveiras e a produção de azeite extravirgem vêm se consolidando como uma das áreas mais promissoras da agricultura gaúcha. Nesta sexta-feira (15), o governador em exercício, Ranolfo Vieira Júnior, prestigiou a 8ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva, na propriedade rural Olivais da Fonte, no município de Formigueiro.
A força do empreendedorismo gaúcho é um dos principais motivos para a expansão do plantio de oliveiras. Ranolfo Vieira Júnior citou a necessidade de diversificar as culturas e destacou a coragem de quem investe, mesmo em um cenário de crise fiscal. “A colheita da oliva simboliza exatamente essa garra dos empreendedores”, elogiou.
Nos últimos anos, o investimento privado na implantação de olivais e viveiros e na instalação de fábricas de azeite no Rio Grande do Sul passou dos R$ 100 milhões, gerando mais de mil empregos na metade Sul. O RS é o estado com maior área e perspectiva para a cultura no Brasil. Considerando-se que mais de 99% do azeite e das azeitonas em conserva consumidos no país são importados, o investimento no setor é promissor e o desafio, atualmente, é aumentar a produção. O Brasil é o segundo maior importador de azeite de oliva do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e a produção nacional corresponde a apenas 0,3% do consumo brasileiro.
Com dez unidades agroindustriais extratoras de azeites operando no RS, a previsão para a safra de 2019 é positiva. Estima-se que será a maior colheita de todos os tempos, tanto no estado como no Brasil, com produção de cerca de 160 mil litros de azeite, superior aos 58 mil litros de 2018.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Eudes Marchetti, o inverno frio e a primavera equilibrada contribuíram para a supersafra deste ano no RS, a maior de todos os tempos. “Em escala comercial, estamos há menos de 10 anos. A oliveira no Brasil está ainda pré-adolescente e temos muito a aprender”, explicou. Além da quantidade, a qualidade das azeitonas possibilita a produção de um dos azeites mais puros do mundo.
Para amplificar a produção de uma área com futuro promissor, Marchetti destacou a necessidade de maior investimento em pesquisas e cursos técnicos sobre olivicultura. O Ibraoliva estima que, até 2025, o Brasil atinja 20 mil hectares plantados.
O prefeito de Formigueiro, Jocelvio Gonçalves Cardoso, exaltou a importância do empreendedorismo para que o município cresça. “Formigueiro se consolidou na produção de arroz e de soja e na pecuária, e cresce na produção de outros alimentos. O dia de hoje traz orgulho para a cidade”, ressaltou, enaltecendo especialmente o trabalho de Arno Werlang, proprietário da Olivais da Fonte.
Estado fomenta cultivo da oliva
O Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) tem participado ativamente no desenvolvimento do setor. Em 2005, a secretaria financiou os primeiros pomares, fornecidos a produtores de Caçapava do Sul. Desde então, a área cultivada no RS vem apresentando uma curva ascendente – de 80 hectares para 4,5 mil hectares. Cerca de mil desses hectares estão em idade produtiva. A metade Sul do Estado concentra a maioria dos olivais – Canguçu, Pinheiro Machado, Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, Santana do Livramento, Bagé, Barra do Ribeiro e Sentinela do Sul.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, destacou que “o papel da secretaria é ficar ao lado do produtor, sem atrapalhar, reforçando a importância do agronegócio para o desenvolvimento econômico do RS”.
Para consolidar a olivicultura como um setor sustentável e competitivo, o governo do Estado criou, em 2008, o Grupo Técnico da Olivicultura. Em 2015, foi lançado o Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva), cujo objetivo é intensificar a cooperação e as ações envolvendo instituições estaduais, federais, municipais e iniciativa privada.