A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o novo marco de classificação toxicológica de defensivos – conhecidos popularmente como agrotóxicos ou agroquímicos. A medida segue sendo tema de debate no segmento. Segundo o deputado federal Alceu Moreira (MDB/RS), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária no Congresso, a medida atende uma orientação da ONU implementada em 65 países em um processo de 1992, em que a Europa concluiu há apenas dois anos. “Ela não interfere diretamente no comércio ou liberação de produtos, que continuam com o mesmo rigor”, destaca o deputado. “O marco busca facilitar o entendimento dos agricultores na hora da leitura do rótulo, evitando assim contaminações ou usos indevidos. Mesmo assim somos tratados como se estivéssemos na contramão do mundo e dispostos a envenenar as pessoas”, completa o presidente da Frente Parlamentar.
Ainda de acordo com Moreira, os agricultores seguem a legislação. “Cumprimos as mais rigorosas exigências de quase 200 países. Ou estariam envenenando suas populações alguns dos nossos principais compradores, como União Europeia, EUA e Ásia? Evidente que não. No ano passado exportamos mais de US$ 100 bilhões”, informa o deputado.
O presidente da Frente Parlamentar ainda contraria a afirmação de que o Brasil é o maior consumidor de defensivos se relacionado à densidade populacional. “Sequer estamos entre os dez em proporção às áreas cultivadas. E temos o clima tropical, que permite plantar e colher o ano todo, não contando com o frio para combater as pragas”, justifica Moreira. “Não podemos servir como instrumento de forças externas que na verdade são nossos concorrentes e tentam interferir para reduzir nossa capacidade produtiva. Eles financiam ferramentas para difundir ideias orquestradas sob medida para populações urbanas e sem conhecimento sobre a agropecuária. Somos competitivos pela qualidade de nossos produtos e seremos mais, se, juntos, conseguirmos com que todos saibam a verdade sobre o que produzimos e vendemos mundo afora”, finaliza.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já declarou que haverá cada vez mais aprovação de registros de defensivos agrícolas, o que é necessário para o Brasil “entrar na modernidade”. Depois de polêmica criada após a liberação de novos defensivos, a ministra alegou que os produtos autorizados atualmente têm menos toxicidade e são melhores para o país. “A aprovação de mais produtos mostra mais eficiência, são produtos menos tóxicos. Temos que continuar aprovando mais produtos. Vocês vão ver cada vez mais acontecer registros, para entrarmos na modernidade e termos produtos cada vez menos tóxicos”, afirma.