A Polícia Civil de Cachoeira do Sul prendeu nesta quinta-feira (5) o suspeito de ter assassinado o comerciante Vinicius Kochenborger Silva, o Fetto, 36 anos, e o pai dele, Luis Alberto da Silveira Silva, o Beto do Oliveirense, no último dia 10 de março, na zona norte de Cachoeira do Sul. Os dois foram executados a tiros na lancheria Amsterdam do Fetto, situada na Rua João Antônio Müller, no Bairro Marina, na zona norte da cidade.
O suspeito preso é Marcus Leandro Martinazzo, 41 anos, que já possui antecedentes por homicídio e outros crimes, como assalto e furto, em municípios como Santa Cruz do Sul e Vera Cruz. As diligências para a prisão de Martinazzo tiveram início durante a tarde desta quinta-feira e foram concluídas à noite com a captura do homem. (continua abaixo da publicidade)
POLÍCIA PRENDEU SUSPEITO NO BOSQUE, NO INTERIOR DE CACHOEIRA DO SUL
Martinazzo foi preso por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) numa propriedade rural no Bosque, no interior de Cachoeira do Sul. De acordo com o delegado Rodrigo Marquardt da Silveira, titular da Draco, o suspeito estava foragido e se escondia numa residência de pessoas conhecidas.
Na ação, os policiais apreenderam a pistola 9 milímetros supostamente usada no crime e munições, bem como roupas e um par de tênis idênticos às que o assassino que executou Fetto e Beto do Oliveirense usava na noite do crime, segundo as imagens de câmeras do sistema de monitoramento da lancheria. Uma moto também foi recolhida e será periciada.
Martinazzo foi conduzido à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Além da captura por estar foragido, ele teve ainda o flagrante lavrado pelo crime de porte ilegal de arma de fogo e de munições. Após o registro das ocorrências, o homem foi recolhido ao Presídio Estadual de Cachoeira do Sul.
Polícia trabalha com possibilidade de que crime foi cometido por engano
O delegado Rodrigo Marquardt da Silveira não descarta a possibilidade de que o comerciante Vinicius Kochenborger Silva, o Fetto, não fosse o alvo do criminoso, ou seja, de que tenha sido morto por engano. O comerciante morreu na hora, após ter sido mandado deitar no chão antes de ser executado a tiros que atingiram a região da cabeça e tórax.
Já o pai, Beto do Oliveirense, acabou sendo baleado na cabeça por tentar defender o filho. Ele ficou uma semana internado no Hospital de Caridade e Beneficência, até ter a morte encefálica diagnosticada na UTI da instituição.
“Estamos esclarecendo ainda, mas viemos trabalhando há algum tempo com a hipótese de engano. O alvo, possivelmente, era uma pessoa próxima da vítima”, revela o delegado Rodrigo Silveira.
Ainda segundo o delegado, o trabalho compreendido entre as primeiras apurações ainda na data do crime até a prisão do suspeito do duplo homicídio foi bastante complexo. “Foi um trabalho difícil, com poucas provas iniciais para se localizar o autor”, destacou.
Segundo ele, a pistola apreendida vai ser periciada. O objetivo é buscar tecnicamente uma comprovação que a arma foi usada no crime, o que deverá ser atestado em laudo a ser emitido pelo Instituto Geral de Perícias (IGP).
E o condutor da moto que levou o assassino até a lancheria Amsterdam?
De acordo com o delegado Rodrigo Marquardt da Silveira, o caso do duplo homicídio no Bairro Marina ainda não está encerrado. As investigações prosseguem, pois a Polícia busca agora identificar o indivíduo que pilotava a moto que transportou o assassino até a lancheria Amsterdam e ficou esperando o desfecho do crime até a fuga.
Além disso, segundo o delegado, não está descartada a participação de mais pessoas no duplo homicídio. “Já ouvimos várias testemunhas. Todos serão indiciados ao final do inquérito. O caso não está encerrado ainda”, frisa o delegado.
Por enquanto, não há uma previsão quanto ao encerramento do inquérito policial.
Vinicius Kochenborger, o Feto, e Beto do Oliveirense: pai e filho tiveram um desfecho trágico após atentado a tiros sofrido no Bairro Marina no dia 10 de março / Fotos: Divulgação
