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Pesquisa em oliveiras de Cachoeira do Sul será apresentada em SP

Há dez unidades agroindustriais extratoras de azeites operando no RS / Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

Crédito: Felipe Dalla Valle

O Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realiza desta terça-feira até quarta-feira, em sua sede, em Campinas, a 12ª Exposição ExpoAzeite, VIII Encontro da Cadeia Produtiva da Olivicultura e o 1º Encontro da Cadeia Produtiva do Abacate. O evento irá debater os casos de sucesso da olivicultura no estado de São Paulo e do Brasil, palestras técnicas, apresentação do roteiro paulista de olivoturismo, além de exposição de insumos, produtos e degustações. Em busca de melhores orientações para as produções sobre as questões fenológicas a pesquisadora do IAC, Angelica Prela Pantano, analisou quinzenalmente ramos de diferentes pontos de mais de 100 oliveiras, nas condições climáticas no ciclo 2019/2020 e 2020/21, nos municípios Cachoeira do Sul e São Sebastião da Grama (SP). Os resultados da pesquisa serão apresentados em sua palestra “Fenologia e clima na Olivicultura”.

Entre os principais desafios da olivicultura no país está a questão climática. A planta originária de clima mediterrâneo, atualmente está presente em 49 municípios paulistas, sendo as variedades de azeitonas mais cultivadas a Arbequina, Frantoio, Picual, Koroneiki, Coratina, Arbosana.

O projeto possibilitou mais conhecimentos sobre a polinização e pegamento dos frutos, que pode variar de acordo com as condições climáticas de cada local e safra, assim como a duração do ciclo. “Por exemplo, no Rio Grande do Sul o florescimento ocorre depois que no estado de São Paulo e com isso a colheita também pode ocorrer com até dois meses de diferença, sendo em São Paulo de fevereiro a março e no Rio Grande do Sul de fevereiro a abril”, afirma. A pesquisadora explica que foram realizados estudos fenológicos durante a sub fase de florescimento até a colheita. O objetivo foi de conhecer a porcentagem de frutos em relação ao número de flores no início da subfase. “Esse estudo é relativamente novo no Brasil. Ele é relevante por dar subsídios para uma estimativa de produtividade em uma área”, diz Angelica.

Segundo dados da Câmara Setorial de Olivicultura do Estado de São Paulo o estado produziu 250 toneladas de frutos no ano de 2021. Para 2022 a previsão é de 350 toneladas de frutos, sendo a produção de litros de azeite de oliva saltando de 25 mil litros para 35 mil litros. Paralelamente a ExpoAzeite ocorrerá, no mesmo espaço, a reunião da Câmara Setorial Paulista da Olivicultura, que atua em diversas frentes, como a elaboração de norma para produção e comercialização de mudas de oliveiras de qualidade e a construção das rotas de olivoturismo no estado, que viabiliza economicamente a atividade, cujo tempo de retorno financeiro é de longo prazo.

O pesquisador do IAC, Helvécio Della Coletta Filho, irá apresentar a palestra “Presença de Xylella fastidiosa em diversas partes da oliveira – perspectiva de poda para mitigar a doença em olivais”. Na apresentação será discutido dados sobre o comportamento de Xylella fastidiosa em plantas de oliveira. “A bactéria é responsável pela doença conhecida como dessecamento dos ramos da oliveira (DRO), nome localmente atribuído, ou síndrome do declínio rápido das oliveiras, do inglês “Olive Quick Decline Syndrome” (OQDS)”, explica o pesquisador do IAC.

APTA Regional traz enfoque amplo sobre a cadeia

A pesquisadora da APTA Regional de Piracicaba Edna Bertoncini irá abordar sobre a fertilidade e manejo de solos em olivais, e também irá participar da apresentação do grupo Woman in Olive Oil, que busca ressaltar o papel feminino na cultura, além de ministrar curso teórico-prático sobre podas de oliveiras.

Edna é coordenadora do Grupo Oliva SP, que reúne pesquisadores de institutos de pesquisa da APTA e outras entidades com objetivo de produzir e transferir tecnologia para a cadeia produtiva da olivicultura no estado. “A parte técnica do evento está muito rica, trazendo todos os temas desafiadores dessa cadeia produtiva emergente, além da exposição de azeites brasileiros e da América Latina, comercialização, sessões de degustação e gastronomia”, afirma.

Como fatores de grande impacto para a produtividade da cultura nas condições paulistas e brasileira a fertilidade do solo de olivais, a pesquisadora destaca que a poda correta da planta e a escolha apropriada para a implantação da cultura, considerando os aspectos climáticos.

Sobre a Woman in Olive Oil, Edna informa que o grupo surgiu durante a pandemia e reúne produtoras de diversos países, como Espanha, Israel, Portugal e Itália. O movimento organiza atividades voltadas às profissionais do setor, como debates, palestras online e podcasts sobre olivicultura. A pesquisadora lembra que o grupo brasileiro é um dos mais ativos. “É muito expressiva a participação da mulher no setor, desde o campo até a extração e comercialização”, relata.

Patrícia Prati, pesquisadora da APTA Regional de Piracicaba, irá abordar sobre a colheita, pós-colheita e curva de maturação das azeitonas, e conduzirá curso sobre azeitonas em conserva, enquanto uma oportunidade de diversificação. “Esse beneficiamento agrega valor à produção de azeitonas”, afirma.

Serviço

Evento: 12º Exposição ExpoAzeite, VIII Encontro da Cadeia Produtiva da Olivicultura e o 1º Encontro da Cadeia Produtiva do Abacate

Data: 17 a 18 de maio

Local: Avenida Barão de Itapura, 1.481 Campinas – Sede do Instituto Agronômico

Inscrição: https://www.even3.com.br/expoazeite/

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