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Para economizar, Prefeitura corta viagens de menina de 6 anos para tratamento

Foto: Reprodução

Naura Valentina Goulart Borges, 6 anos. Uma guerreira. Desde o primeiro dia de sua vida. Um problema de saúde na menina obriga uma jornada que passou a incluir viagens do Piquiri até a cidade e retorno (distância em cerca de 40 quilômetros, conforme projeta a mãe), além do uso diário de aparelho de oxigênio. Uma rotina desgastante para a mãe da criança. Apesar de tanta luta, a motivação sempre esteve no sorriso que via no rosto da filha. No entanto, a batalha travada em defesa da saúde da pequena Naura vive um de seus capítulos mais tristes. Por ordem da Prefeitura, a família foi comunicada sobre o corte da viagem para a capital do Estado. O motivo? Economizar gastos.

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A situação foi denunciada pelo vereador Itamar Luz na sessão do Legislativo na tarde desta terça-feira (29). “Vocês não têm respeito com a saúde! Cadê o prefeito médico?”, questionou Luz. De acordo com o parlamentar, uma avaliação médica apontou que a menina precisaria de sessões de fisioterapia respiratória por duas vezes semanais, no mínimo, para tratamento contra pneumonia obstrutiva crônica grave. “A realidade é uma mãe correndo com uma filha!”, lamentou.

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Ainda segundo o vereador, quando falta energia elétrica no Piquiri, os cuidados com a criança exigem a utilização de gerador para não interromper o tratamento. “Aí dizem que a rotatória na Cinco Esquinas é prioridade! Mas vão criar vergonha! Já avisei ao secretário para resolver nessa semana ainda. Ou vou para o Ministério Público!”, antecipou Luz. “Segundo relatos da mãe, a menina já está tossindo muito”, completou.

O vereador Marcelo Figueiró chegou a sugerir o uso de carro da Câmara para transportar a criança. “Não estou defendendo. É um absurdo. Mas pode ser uma ajuda”, argumentou. “Eu não concordo”, retrucou Luz. “É obrigação deles. Tem veículo adaptado para isso. Aí falam em cortes?”, acrescentou.

A denúncia mobilizou a manifestação também do vereador Valdocir Marques. “Isso é judiaria! É crime! Tem que mandar prender! Vai ter eleição e vão querer pedir votos. Tem que passar o relho nesses sem-vergonhas!”, desabafou o vereador.

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Para finalizar, Luz lembrou da redução em cerca de R$ 5 milhões no orçamento para a pasta da saúde, além da rejeição de recurso oferecido pela Câmara de Vereadores para a Prefeitura viabilizar exames de colonoscopia e endoscopia. A dívida ultrapassa o montante de R$ 200 mil com a falta de pagamento em torno de R$ 30 mil por mês. “E se fosse a sua filha?”, finalizou o vereador. Luz entrou em contato com o secretário municipal da Saúde e aguarda uma posição da pasta sobre o assunto.

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