Outubro Rosa: campanha destaca luta de educadora cachoeirense contra doença

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Outubro Rosa: campanha destaca luta de educadora cachoeirense contra doença
ESPECIAL
16 de outubro de 2024 - Elisabete Farias da Silva, a Betinha / Crédito: Arquivo Pessoal

Ao longo de todo este mês de conscientização sobre o câncer de mama, chamado de Outubro Rosa, a Secretaria da Educação (Seduc) traz histórias de superação, valorizando as mulheres servidoras da Rede Estadual que enfrentaram a doença com resiliência e determinação. São relatos que revelam a necessidade da prevenção e do autocuidado, servindo de exemplo para alertar outras pessoas sobre a importância do diagnóstico precoce.

A campanha conta com a história da assessora pedagógica da 24ª Coordenadoria Regional de Educação, Elisabete Farias da Silva, de 60 anos, mais conhecida entre os amigos e colegas de trabalho pelo apelido de “Betinha”. A educadora trabalhou durante anos em escolas estaduais e municipais. Na rede estadual, foi professora da Escola Estadual Liberato Salzano Vieira da Cunha e do Instituto de Educação João Neves da Fontoura.

Juntando os conhecimentos das matérias de Geografia e História, que ministrava para os estudantes, também atuou por mais de duas décadas no setor de extensão do Museu Municipal Edyr Lima, onde coordenou visitas guiadas, palestras nas escolas e projetos de educação patrimonial.

Apesar de ter se aposentado do magistério, Betinha segue na área da Educação, hoje como assessora pedagógica da 24ª CRE. A convivência de longa data com a rotina escolar facilitou essa troca para o setor pedagógico. “Como trabalhei durante muitos anos com as escolas, tenho um bom relacionamento com todos os professores e equipe diretiva das escolas, o que contribui muito para o trabalho”, comenta.

A descoberta do câncer de mama ocorreu há mais de dez anos. Foi em janeiro de 2014 que uma ecografia mamária identificou um nódulo no seio de Elisabete. “Eu andava bastante cansada e atribuía a um ano de muito trabalho. Estava prestes a ter férias no mês de fevereiro. Porém, com o nódulo à vista, foi feita uma biópsia que confirmou: câncer maligno”, lembra.

O diagnóstico revelou que se tratava de um Carcinoma Lobular, ou seja, um tipo de tumor que se forma nas células do lóbulo, responsável pela produção de leite. Mesmo assim, quando identificado precocemente, as chances de cura tendem a ser superiores a 90%. Após a cirurgia para a retirada do nódulo, Elisabete iniciou o tratamento em abril de 2014, com uma sequência de 22 sessões de radioterapia, realizadas no Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul. “No meu caso não foi preciso realizar a quimioterapia. Mas tomei o remédio tamoxifeno durante 10 anos. Não deixa de ser uma quimioterapia via oral”, relata.

Durante as idas frequentes na unidade de radioterapia, não faltaram desafios, como as mudanças na rotina, o cansaço excessivo e momentos de insegurança. Porém, o apoio da família e do círculo de amizades fortaleceu a vontade de seguir em frente. “Todos estiveram sempre presentes, oferecendo carinho e apoio. Isso é essencial para o processo de cura”, afirma.

Depois de seis meses de licença, com o encerramento das sessões, ela pode retornar ao trabalho. “Foi tudo muito bem realizado, e sempre tive o apoio da Secretaria da Educação para conciliar as consultas”, ressalta.

A história de Elisabete na luta contra o câncer teve um desfecho positivo. Em 2023, ela recebeu o diagnóstico que tanto esperava: estava finalmente curada. Ao longo de quase uma década de tratamento, a professora passou a priorizar cada vez mais a própria saúde, valorizando também as pequenas coisas da vida. Por isso, ela destaca uma frase que escutou nesse período: “é o teu tempo de se cuidar. Sem saúde, não temos nada. Isso foi importante porque sou muito dedicada com o que faço. Tanto é que, até então, eu nunca havia me afastado do trabalho. Foi a doença que me obrigou”.

Ao olhar para trás, ela reflete sobre a importância da prevenção e deixa um recado para todos:

“Cuidem-se sempre. Façam consultas regulares, realizem mamografias e cuidem da alimentação. Exercícios físicos e a preservação das amizades também são fundamentais. Priorizar a família é essencial, mas nunca deixem de trabalhar com amor, pois um trabalho bem feito nos dá razão para viver”

Campanha da Seduc destaca história da Batinha / Crédito: Divulgação

Campanha da Seduc destaca história da Batinha / Crédito: Divulgação