Desde o dia 21 estamos no Outono. Particularmente, uma das melhores estações do ano. Juntamente a chegada dele, muitas notícias veiculadas. A maioria delas nos deixando em estado de alerta como a do desenho feito na classe de uma Escola de Educação Básica de Cachoeira. Todos da escola alertas, embora seja considerado brincadeira, há que se ficar mais do que atento, pois o ocorrido em Suzano é uma das faces do mapa da violência ocorrido em ambientes escolares, tanto no Brasil, quanto outras partes do mundo.
Enquanto as notícias veiculadas, não empolgam, em sua maioria, por aqui, muitas nos fazem acreditar que vale apostar em Educação. Embora haja fatos, alguns isolados, feito o do desenho na classe, sem as políticas públicas para a educação básica, a barbárie tomaria conta. A Educação, mesmo sofrendo descaso por parte de alguns governantes continua sendo, para muitos, a única chance de ampliar olhares sobre o mundo e de melhorá-lo.
Um das boas notícias envolvendo o processo educacional, nesse Outono, vem da zona rural do Quênia, vilarejo de Pwani no vale do Rift. O professor Peter Tabichi, ganhou o Global Teacher Prize 2019. O prêmio o elegeu “melhor professor do mundo”. O prêmio de US$ 1 milhão (R$3,9 milhões) fora disputado entre dez mil indicados de 179 países, segundo a BBC News Brasil. Dentre os indicados, estava uma professora, que ensina matérias de tecnologia em uma área carente de São Paulo.
O professor Peter ganhou o Prêmio porque, além de ensinar Ciências, na Escola Secundária Keriko Mixed Day no vilarejo de Pwani, doa 80% do seu salário para apoiar os estudos dos seus alunos. Não fosse sua ajuda, os alunos não conseguiriam pagar seus uniformes ou material escolar. A maioria deles são de famílias bem pobres, órfãos ou perderam os pais. A escola possui instalações precárias e tem falta de livros e de professores. As classes deveriam ter entre 35 e 40 alunos, mas o professor ensina grupos de 70 a 80 estudantes. Há uma superlotação nas salas de aula. Não há boa conexão de internet. Seus materiais para as aulas de ciências são baixadas em um café, nas proximidades da escola. Apesar da precariedade exposta, os estudantes desta escola foram bem em competições científicas nacionais e internacionais, incluindo um prêmio da Sociedade Real Química do Reino Unido.
Para o professor nem tudo é sobre dinheiro, pois seu objetivo é que os estudantes, através do aprendizado, ambicionem melhorar a sua realidade, embora, muitos têm problema de concentração porque não se alimentam suficientemente. Mesmo assim ele está determinado a dar aos alunos uma chance de aprender sobre ciência e ampliar seus horizontes.
Seu desafio fora da sala de aula é persuadir a comunidade local a reconhecer o valor da educação, visitando famílias cujos filhos correm o risco de abandonar a escola. Além de ensinar Ciências, ensina técnicas de cultivo mais resistentes, aos moradores dos arredores, tendo em vista que a fome é uma realidade frequente na região. Esse ensinamento, segundo ele, é uma questão de vida ou morte.
Sua atuação também alcança os “clubes da paz”, organizado na escola com o objetivo de representar e unir as sete tribos presentes ali. A explosão da violência tribal no Vale do Rift após a eleição presidencial de 2017, quando houve muitas mortes em Nakuru fez com que esses clubes fossem organizados.
Apesar das realidades serem distintas, muitas coisas do cotidiano escolar, assemelham-se com a do Vilarejo Pwani. O que seriam destas realidades, não fossem as escolas e seus professores?
Que o outono nos traga mais notícias boas, feito essa.
26 de março de 2019 - juliana da silva
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