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Operação Outback combate quadrilha acusada de extorsão no RS

Crédito: PC

A Polícia Civil (PC) realiza na manhã desta quarta-feira (24), a Operação Outback, que tem por objetivo desmantelar uma quadrilha denunciada por prática de extorsão mediante grave ameaça às vítimas e seus familiares. A pessoa que fazia as cobranças, segundo a PC, identificava-se como “o cobrador da maior facção do Estado”.

Ao todo, estão sendo cumpridos 39 mandados judiciais nas cidades de Esteio, Canoas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo, Gravataí e Santa Cruz do Sul. As investigações tiveram início em setembro de 2020, quando surgiram as primeiras denúncias de extorsão.

A operação conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Bagé. Um helicóptero também está sendo utilizado nas diligências.

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Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisões preventivas e quatro de prisões temporárias, pelos crimes de extorsão e organização criminosa. Já foram registradas seis prisões. Dinheiro, ouro e esmeraldas ainda foram apreendidos.

As investigações iniciaram quando uma organização criminosa começou a extorquir pessoas e cobrar valores altíssimos de dívidas que não tinham qualquer legitimidade. A partir desse ataque a Polícia Civil organizou e investigou a ação dos criminosos e a sua forma de agir no Estado, principalmente na Região Metropolitana e Capital.

O material nas denúncias apontava que através de mensagens de texto, áudio e chamadas telefônicas efetuadas pelo aplicativo WhatsApp, uma facção – com berço no Vale dos Sinos – exigiu valores altíssimos de pessoas sobre o pretexto de compra de dívidas e utilizando-se do nome da facção e dos líderes dela.

As ameaças eram relacionadas a diversos tipos de cobranças que são impossíveis de serem pagas. Uma vítima que em tese teria intermediado um negócio que não foi bem sucedido teve uma “suposta” dívida de mais de R$ 30 mil transformada em mais de R$ 250 mil.

As investigações apontam que integrantes da organização criminosa utilizavam nomes das principais lideranças de uma facção no Estado. Os criminosos estavam assumindo “supostas” dívidas muitas vezes não existentes e exercendo todo tipo de pressão para serem pagos, mantendo as vítimas presas psicologicamente pelas ameaças a sua pessoa e a familiares com uma dívida impagável.

Com essas pressões muitas vezes os pagamentos eram efetuados. E os criminosos arrecadavam dinheiro em espécie de várias pessoas no RS.

Verificou-se também que diversas ocorrências estariam relacionadas aos mesmos suspeitos. As ameaças, em ambos os casos, ocorrem utilizando-se de idêntico modus operandi, qual seja, de que dívidas, supostamente pertencentes às vítimas, seriam adquiridas por indivíduos que afirmam pertencerem a uma facção, e que, de propriedade de tais dívidas, procederiam à sua cobrança, mediante ameaças de tortura e morte dos familiares dos “endividados”, como forma de coagi-los ao pagamento.

A ação contou com mais de 200 policiais civis em quarenta e uma viaturas e apoio aéreo.

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