Uma operação batizada de Força-Tarefa Cyber retirou do ar nos últimos dias 57 sites e perfis de redes sociais apontados como disseminadores de notícias falsas, as chamadas fake news, sobre a catástrofe climática que assola o Rio Grande do Sul. A operação reúne diferentes órgãos de inteligência, a Secretaria de Segurança Pública do RS e o Departamento Estadual de Investigações Criminais do Rio Grande do Sul (Deic) da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações.
A operação foi deflagrada após explodirem casos de notícias falsas dando conta de assalto a banco na Região Metropolitana em meio ao trabalho de resgate a vítimas das enchentes, informações de que haveria centenas de corpos boiando nas águas, quantidade considerável de crianças separadas dos pais, criminalidade generalizada em áreas alagadas, saques, roubos e até crimes sexuais. Nos trabalhos de verificação feito pelas autoridades policiais, nada disso aconteceu.
OPERAÇÃO TAMBÉM COMBATE GOLPES PRATICADOS PELA INTERNET
Outra vertente investigada pela Operação Força-Tarefa Cyber é a ocorrência de golpes praticados por criminosos que se valem do caos causado pelos alagamentos pelo Estado. Três pessoas foram num esquema de pix falso, que simulava doações para as vítimas das enchentes. Uma operação no âmbito dessa investigação aconteceu em Santo André (SP). Segundo a polícia, foram criados perfis falsos nas redes sociais que imitavam publicações do governo do Estado, para angariar doações em dinheiro que iriam para as contas dos criminosos. Outras práticas criminosas também estão no radar da operação.
A prestação de serviços públicos também foi alvo de fake news nesses últimos dias. Entre os relatos estavam os de que as forças de segurança estavam impedindo o deslocamento e multando caminhões que chegavam ao RS com doações, a da exigência de nota fiscal dos produtos doados, a de cobrança de parecer de nutricionista e de prazo de validade das marmitas e a de que estavam impedindo a saída das doações dos centros de distribuição. Diversas campanhas foram criadas pelo governo e pelos órgãos de segurança para alertar sobre a inveracidade dessas informações.
A polícia tem outras investigações em andamento com modo de ação semelhante. Além dos perfis derrubados, 12 contas bancárias foram bloqueadas durante a força-tarefa. Os investigadores aguardam o retorno das instituições bancárias para mensurar o prejuízo causado por esses grupos criminosos e quantas vítimas foram atingidas até o momento.
No caso do repasse de informações falsas, o crime apurado é o de atentar contra a segurança ou funcionamento de serviço de utilidade pública. A pena prevista para esses casos é de um a cinco anos de reclusão e multa.
COMO DENUNCIAR
aso seja vítima de algum golpe ou perceba que uma página ou perfil está disseminando notícias falsas, registre o fato na Polícia Civil. Só assim será possível investigar os crimes e chegar aos responsáveis. A comunicação pode ser feita por meio do Disque-Denúncia no número 197, ou no 181. Também é possível registrar ocorrência nas delegacias ou pelo site da Delegacia Online.
Força-Tarefa Cyber
57 casos investigados
40 suspeitas de golpes
28 inquéritos abertos
8 por fake news
20 por estelionato
12 contas bancárias bloqueadas
38 perfis retirados do ar
19 sites retirados do ar
3 presos
*Resultados da operação compilados até as 11h do dia 24 de maio de 2024.
DICAS
– Não compartilhe notícias das quais não tem certeza sobre a veracidade da informação. Busque confirmar as informações que recebe por conversas de WhatsApp, por exemplo, em canais oficiais e pela imprensa.
– Quem compartilha e dissemina as notícias falsas também pode ser responsabilizado por isso, não somente aquele que criou a informação falsa.
– Verifique a confiabilidade da campanha para onde pretende doar algum valor. Na hora de realizar e concluir o pagamento, via Pix, por exemplo, confira se a conta e o destinatário do valor é a mesma pessoa física ou jurídica que solicitou a doação.
– Se não souber para quem doar, busque campanhas oficiais, como do governo do Estado, por meio da campanha SOS Rio Grande do Sul.
– Também é possível acessar o portal “Para quem doar”, que faz a certificação de credibilidade das campanhas.
– Informe a polícia sobre casos de suspeita de golpes ou mesmo de divulgação de fake news.
Fonte: Polícia Civil – RS