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OCRural – Expositores celebram grandes negócios no Pavilhão da Agricultura Familiar


Clovis José Scheer, que tem uma agroindústria de rapaduras em Augusto Pestana, participa da feira pela sétima vez / Foto: Fernando Dias / SeapdrOs 316 expositores do Pavilhão da Agricultura Familiar chegam ao final da Expointer com sorrisos de orelha a orelha. Os dias de sol e o público recorde do primeiro final de semana fizeram com que o pavilhão, um dos mais visitados da feira, acumulasse um volume de vendas de R$ 3.462.828,31 em sete dias, valor 16,36% superior ao do mesmo período de 2018.

Trazendo para a feira salames, copas e linguiças, além de outros embutidos, Aline Gauer, da Herbon Agroindústria, de São José do Sul, é uma veterana de Expointer: está em sua nona participação. Mas, mesmo para uma expositora experiente, a edição de 2019 surpreendeu. “Esse ano está sendo fantástico para nós, a venda aumentou muito. O estoque que trouxemos para a feira inteira acabou no primeiro final de semana”, explica.

Aline Gauer, de São José do Sul, lançou dois novos produtos na feira: o bacon sem pele e a costelinha defumada / Foto: Fernando Dias / Seapdr

Aline conta que está conseguindo fidelizar os clientes da Expointer, mesmo que só os encontrem uma vez por ano: “Algumas pessoas chegam a guardar a etiqueta do produto para poder achar a nossa banca no ano seguinte”, comemora.

Novato na Expointer, Marcos Seefeld, da Queijaria Tradição, de Nova Petrópolis, já chegou com um lançamento: o queijo Imperial, um produto colonial feito de leite cru que passa por 60 dias de maturação. “É uma receita de família, com mais de 70 anos. Todo o estoque que eu tinha terminou na quarta-feira”, diz. “Muitos que compravam voltavam outro dia para comprar mais. Houve muita procura por ele ter um baixo teor de lactose”, conta Daiane Kaiser, namorada de Seefeld. Para a próxima edição, Marcos já sabe o que precisa ser feito: “Vou tentar fazer um volume bem maior de queijo Imperial”.

Seefeld e Daiane, de Nova Petrópolis, comemoram a aceitação do queijo feito de leite cru lançado na feira / Foto: Fernando Dias / Seapdr

Em sua sétima participação na Expointer, Clovis José Scheer, proprietário da agroindústria Rapaduras Scheer, de Augusto Pestana, vende rapaduras de amendoim, nozes, melado, cri-cri de amendoim e nozes, amendoim torrado e caldo-de-cana.

A partir da observação do comportamento do público, ele pondera que o papel da feira vai além da simples venda imediata. “A Expointer é uma vitrine, não é só comercialização. Ela mostra e divulga a produção das pequenas agroindústrias do interior do Estado, que muita gente não conhecia”, explica.

Segundo o produtor, uma dinâmica curiosa de trocas ocorre durante o evento: os próprios expositores aproveitam a diversidade de oferta e promovem trocas de produtos pouco comuns em suas regiões de origem. “Há um intercâmbio. Levamos daqui farinha de milho e suco de uva para vender em nossa região, e muitos colegas fazem o mesmo com a nossa rapadura”, explica Scheer.

Sabores de outros Estados

Este ano, o Pavilhão da Agricultura Familiar contou com a participação de dez expositores de Minas Gerais, quatro do Rio de Janeiro e um do Amapá. Também para eles, a edição deste ano trouxe muitas oportunidades e novos contatos.

Rodolphi (de boné), que veio do Rio de Janeiro, avalia como “fantástica” sua primeira participação na Expointer / Foto: Fernando Dias / Seapdr

Fidélis Rodolphi, do Sítio Vai-e-Volta, do município de Varre-Sai, no noroeste do Rio de Janeiro, está se inserindo no mercado de cafés gourmet e já tinha participado de algumas feiras no Rio, mas nenhuma do tamanho da Expointer: “A primeira carga de café que trouxemos acabou na quarta-feira. Prevendo isso, pedi ao meu irmão para enviar uma nova carga na segunda-feira, mas só chegou na quinta. Fiquei sem café. Na sexta, vendemos 40% de toda essa nova carga, que foi maior do que a primeira”, conta, ilustrando o sucesso de vendas.

Para além da comercialização na feira, Rodolphi destaca outro grande trunfo da Expointer: a oportunidade de engatilhar novos negócios. “Fizemos bastante contato com quem tem cafeteria, revenda, fizemos amostragem dos produtos. Se a gente conseguir fechar esses negócios, vamos torrar nosso café lá no Rio e enviar aqui para o Sul”, diz, animado.

E a próxima Expointer, Rodolphi? “Vou contar os dias para chegar”.

Edilson Lima, da cooperativa Bio+Açaí, de Macapá, vendeu em um dia todo o estoque dos nove dias de feira / Foto: Fernando Dias / Seapdr

Edilson Lima, da cooperativa Bio+Açaí, de Macapá, no Amapá, está em sua primeira participação não só na Expointer, mas em feiras agropecuárias pelo Brasil. Ele chegou na sexta-feira anterior ao início do evento para arrumar seu estande com polpas de açaí e palmitos de açaí em conserva, e já neste dia vendeu todo o estoque que tinha trazido para os nove dias de feira.

“Tive que pegar a carga de uma grande cliente e negociar com ela a entrega para terça, só para ter o que vender no primeiro final de semana da feira. Todos os dias chegam produtos do Amapá para dar conta da demanda”, relata.

Lima encerra a Expointer com a perspectiva de dois negócios promissores, um na Alemanha e outro em São Paulo, além de uma certeza: “Se vocês não me convidarem de novo para cá no ano que vem, eu venho por conta própria”, brinca.

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