A data era 6 de outubro. A noite tomava conta, após um dia incomum. Afinal, das 8 horas às 17 horas, o eleitorado cachoeirense teve um encontro com as urnas eletrônicas, definindo os eleitos para a Câmara de Vereadores e o próximo chefe do Executivo Municipal. A expectativa pela apuração passou a mobilizar a população. Mas havia um morador de Cachoeira do Sul em especial que vai lembrar daqueles momentos. Afinal, o então candidato Leandro Balardin (PSDB) deixava de ser um postulante ao cargo máximo da Prefeitura e passava a ser o prefeito eleito, com 17.088 votos (40,22% da votação válida).
Até então, pleitos passados poderiam ser encarados como tentativas fracassadas de vencer um pleito municipal. Mas a partir daquela noite de 6 de outubro, Balardin deixava um exemplo que extrapolava os limites do contexto político. Sua resiliência até a vitória mostrava que as eleições anteriores forjaram um aprendizado até sua conquista. Porém, quantos estão realmente dispostos a pagar o preço e seguir em frente até atingir o objetivo?
Ao tornar verdade a máxima de que a persistência é imbatível, as lágrimas os lado de familiares e apoiadores reverberavam um desabafo pela trajetória de luta até o triunfo eleitoral. No entanto, ao fechar os olhos, apenas Balardin sabe as imagens que explodiram na sua mente em forma de memórias de cada campanha e as emoções acumuladas no coração em uma certeza que soava aos seus ouvidos por anos, em forma de uma voz insistente que dizia: “Você vai conseguir…”… Balardin conseguiu.
Um mês após a concretização de seu sonho em ser eleito prefeito, Balardin conversou com a reportagem do Portal OCorreio. Da sua vitória até o processo de transição, as considerações do próximo chefe do Executivo Muncicipal também miram o futuro de Cachoeira do Sul…
Confira:
OCorreio – Qual sua avaliação desse primeiro mês após a eleição municipal?
Balardin – Nosso foco está desde o dia seguinte ao da eleição em algumas prioridades: agradecer noss a gente e as diversas comunidades que me receberam na pré-campanha e campanha eleitoral; prestação de contas da campanha junto à Justiça Eleitoral; montagem da equipe de coordenação da transição; e realização de centenas de agendas junto a vereadores eleitos e suplentes, lideranças, deputados, visita a órgãos do Governo do Estado e inclusive com agenda já para dia 11 de novembro para Brasília com recursos do próprio bolso em busca de diálogo e aproximação de deputados federais.
OCorreio – Como está o processo de transição, na sua análise?
Balardin – Nossa equipe tem se reunido constantemente. Estamos solicitando documentos e informações. Na medida do possível que vamos recebendo, vamos analisando e organizado nossas prioridades de gestão. Conjuntamente com nossa equipe, estamos analisando nomes para comporem nosso governo. Já iniciamos imersões em órgãos do Município para conhecer in loco setores e servidores. Tudo isso se faz necessário e a nossa participação também. A agenda não para nunca.
OCorreio – Na campanha, o senhor já dizia que o desafio seria enorme. Após os primeiros contatos com a realidade interna na Administração Municipal, está mais tranquilo com o que precisa ser feito ou mais convicto ainda em relação ao tamanho dos problemas que o novo governo enfrentará?
Balardin – Não tem nada de tranquilidade. A preocupação só aumenta quando nos deparamos com novos números revelados pela gestão como a previsão de R$ 66 milhões de déficit para 2025 e o recente projeto de lei que o Executivo encaminhou para o Parlamento solicitando o parcelamento de uma dívida de mais de R$ 39 milhões do FAPS, atirando assim, a conta para o próximo governo, o nosso. Diante disso, estamos mais do que convictos de que o projeto que validamos nas urnas deve ser tocado em frente. Reformas e medidas duras precisarão ser debatidas, ajustadas com o Parlamento e serem adotadas diante do cenário péssimo das contas da Prefeitura.
OCorreio – Que medidas já estão em discussão e devem abrir a lista de ações no próximo governo?
Balardin – Sem dúvida a primeira ação será a reforma administrativa. Vamos reduzir um pouco o tamanho da máquina administrativa no aspecto de cargos de confiança e secretarias.
OCorreio – Existe uma expectativa elevada em torno de seu mandato. Que mensagem pode deixar para a população cachoeirense?
Primeiro, agradecer a confiança e a esperança dos milhares de cachoeirenses que depositaram em nós. Que sei e compreendo o peso desta responsabilidade e que já estou trabalhando sem descanso para que possamos ajudar nossa cidade e organizarmos a casa.
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