O tchauzinho para ninguém

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O tchauzinho para ninguém
ENTRELINHAS
11 de setembro de 2023 - Lula e Janja acenam para arquibancadas vazias / Crédito: Reprodução

Foi constrangedor. O sentimento de vergonha alheia foi compartilhado até mesmo pela oposição. Primeiro, a expressão desolada de Lula no palanque montado para a cerimônia esvaziada do 7 de Setembro. Depois, ele e a esposa avermelhada Janja “Rabbit” acenando para ninguém. Que vergonha. Seria um “tchau, querido”?

O compativo é inevitável com o ano anterior, quando o então presidente Jair Messias Bolsonaro lotou o mesmo espaço em um mar de gente de verde e amarelo.

Evento esvaziado virou chacota nos meios políticos e redes sociais / Crédito: Reprodução

Evento esvaziado virou chacota nos meios políticos e redes sociais / Crédito: Reprodução

No fim, Lula come jabuticaba em pé que diz ter plantado há 16 anos. E larga a frase: “Quem planta, colhe”. Era sobre a jabuticaba ou sobre a falta do povo?

Nas eleições, Lula perdeu em Brasília. No RS também. O mesmo estado que o presidente optou em sequer pisar em meio ao caos provocado pelo ciclone e enchentes, com dezenas de mortos e desabrigados.

Se perguntar não ofende, lá vai: e se a tragédia que assola o Rio Grande do Sul fosse no Nordeste, ele também teria optado em viajar para a Índia, gastando milhões em diárias ao lado de Janja?

Lula parece até não gostar do RS. Ou tem medo dos gaúchos. Para sua lamentação, precisa do estado trabalhando e pagando impostos.

Do outro lado, o tic-tac vem ganhando contornos para vez mais ensurdecedores. É questão de tempo para a prisão de Bolsonaro com a homologação do acordo de delação premiada de seu assistente Cid. Preso por meses sem crime, segundo a defesa. Cartão de vacina, caso dos joias e a minuta do golpe são pautas que devem ganhar impulso. E tem que decidir logo. Afinal, dia 15 de novembro é a Proclamação da República. Vai que os apoiadores de Bolsonaro resolvam fazer manifestação. A prisão será antes ou depois?