Nas bombas: próximas horas serão reveladoras, mas há quase certeza de que preços devem superar os R$ 7,00 / Foto: EBC
A sociedade brasileira acordou atordoada nesta quinta-feira (10) com a notícia de um forte reajuste nos preços dos combustíveis nas refinarias, anunciado pela Petrobras. O que ainda é incerto é o que irão representar para o consumidor final os índices de 18,77% de aumento na gasolina e os 24,93% no óleo diesel, reflexos diretos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Gerentes e frentistas de postos de gasolina ouvidos pela reportagem do Portal OCorreio em Cachoeira do Sul durante a manhã aguardavam com apreensão os reflexos do reajuste nas bombas, o que deve se revelar entre o final da noite desta quinta-feira e o começo da madrugada desta sexta-feira (11). Outro gerente, um cachoeirense que chefia um posto em Porto Alegre, confidenciou que chegou a fazer pedido de mais combustível para atender a demanda que se espera para as próximas horas, mas a bandeira representada pelo estabelecimento adotou cautela na liberação de carga.
“Como esse reajuste tem incidência direta de impostos, vai passar longe dos R$ 7,00 nas bombas. Pode apostar”, sentenciou o varejista. Na Capital, filas de veículos já eram registradas nos postos no final da manhã.
O QUE SE SABE ATÉ AGORA
O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, uma diferença de R$ 0,61. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,44 por litro, sem considerar a incidência de impostos.
Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma diferença de R$ 0,90. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro, também não se levando em conta a aplicação de impostos no cálculo.
O reajuste da Petrobras é anunciado um dia depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarar que não haveria possibilidade de o governo adotar congelamento nos preços dos combustíveis. “Esquece esse troço”, disparou Guedes, em encontro com jornalistas.