Seja em qualquer situação, pelo estado, pelo pais, pelo mundo. Quando se vê um “Gaúcho”, ou ouve-se a palavra “Gaúcho”, o pensamento remete-se automaticamente ao hábito de nossos conterrâneos. Sorver um bom e bem cevado chimarrão. Aliás em épocas de “redes sociais em alta”, esquecemos que a melhor rede social é uma boa Roda de Chimarrão. Onde unidos pelos “avios de mate” aquecemos a alma e falamos “olho no olho” dos integrantes deste elo. Concordamos, discordamos, rimos, choramos, colocamos a “conversa em dia”, inteirando-nos de noticias, histórias e tantas outras coisas. Porém o espirito ritualístico da “Roda de Chimarrão” é o que nos “aquece a alma e a mente, unindo patrão e peão”. Baseado em pesquisa onde a mais explicita e completa encontrei no sitio “chimarrão.net”. Vamos à matéria:
Origem da Palavra Chimarrão
A palavra Chimarrão tem origens no vocabulário português e espanhol. Do Português Marron, além de outros significados, quer dizer clandestino, em Castelhando é cimarrón, com idêntico significado. Do Espanhol cimarrón, que significa bruto, vocábulo, chucro, bárbado, em quase toda a América Latina foi emprego, designando os animais domesticados que se tornaram selvagens. A palavra chimarrãofoi também empregada pelos colonizadores do Prata, para designar aquela rude e amarga bebida dos nativos, tomada sem nenhum outro ingrediente que lhe suavizasse o gosto. Sabe-se que em tempos passados o preparo e comércio da erva foram proibidos no Paraguai, nada que os impediam de o fazerem uso clandestinamente naquela colônia Espanhola.
O chimarrão chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerado “erva do diabo” pelos padres jesuítas das reduções do Guairá. A partir do século XVII, no entanto, os mesmos mudaram sua atitude para com a bebida e passaram a incentivar seu uso com o objetivo de afastar a população local do consumo de bebidas alcoólicas. Roberto Ave-Lallemant (1812-1884) visitando o Rio Grande do Sul em março de 1858, registra a importância folclórica do chimarrão: “O símbolo da paz, da concórdia, do completo entendimento – o mate! Todos os presentes tomaram o mate. Não se creia, todavia, que cada um tivesse sua bomba e sua cuia própria; nada disso! Assim perderia o mate toda a sua mística significação. Acontece com a cuia de mate como à tabaqueira. Esta anda de nariz em nariz e aquela de boca em boca. Primeiro sorveu um velho capitão. Depois um jovem, um pardo decente – o nome do mulato não se deve escrever; depois eu, depois o “spahi”, depois um mestiço de índio e afinal um português, todos pela ordem. Não há nisso, nenhuma pretensão de precedência, nenhum senhor e criado; é uma espécie de serviço divino, uma piedosa obra cristã, um comunismo moral, uma fraternidade verdadeiramente nobre, espiritualizada! Todos os homens se tornam irmãos, todos tomam o mate em comum!”
Origem do Chimarrão
O chimarrão é uma bebida tradicional da região sul da América do Sul, em países como Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai e tem um consumo forte no Brasil na região do sul do país mais especificamente no Rio Grande do Sul, mas também é consumida do Paraná e em Santa Catarina. É uma herança direta dos povos indígenas, como os guaranis, quíchuas e aimarás. Esses povos indígenas habitavam a região dos rios do Paraná, Paraguai, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O que é chimarrão?
O chimarrão é um montado com erva-mate moída em que se adiciona água quente e é consumido dentro de uma cuia. Seu sabor amargo varia de acordo com a quantidade de erva-mate colocada nele. A erva pronta para o uso consiste em folhas e ramos finos de Ilexparaguariensissecos e triturados havendo uma grande variedade de tipos e do seu modo de preparado que pode variar de acordo com a região e país em que ele é feito, na Argentina por exemplo, ele possui uma aparência mais amarelada.
História do chimarrão
Os primeiros povos de que se tem conhecimento de terem feito uso da erva-mate são os índios que habitavam a região sul do país e existem relatos de colonizadores desse local que contam que o consumo da erva era comum entre os moradores dali. Os indígenas tomavam a bebida no Tacuapi (bomba antiga criada pelos índios com taquara). Com o passar do tempo, o hábito de tomar chimarrão foi passado dos índios para os colonizadores que experimentaram e gostaram do chimarrão e então foram criados utensílios para aprimorar e enfeitar essa prática. Quando o chimarrão passou a ser consumido também pelos ricos, foram feitas cuias de prata, ouro, vidro e até mesmo de porcelana. Até a chaleira para esquentar a água poderia ser produzida de cobre ou prata e eram importadas da Catalunha ou de Lima. Com o aumento do consumo, aumentou também a produção da erva-mate e seu crescimento foi tanto que chegou a ser a mais importante atividade econômica brasileira da metade do século XVI até 1632.
O chimarrão chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerado “erva do diabo” pelos padres jesuítas das reduções do Guairá. A partir do século XVII, no entanto, eles mudaram de ideia com relação a bebida e passaram a incentivar seu uso com o objetivo de afastar a população local do consumo de bebidas alcoólicas. O consumo do chimarrão passou por algumas mudanças com o passar dos anos. Até 1970 a erva utilizada na bebida era um pouco amarelada porque passava um período em repouso. Na Argentina, entretanto erva ainda passa por esse processo, porém pelo período de pelo menos um ano e meio no mínimo. Seu consumo segue se desenvolvendo até os dias de hoje sendo possível encontrar o seu composto em bebidas, remédios, produtos de beleza, cerveja, refrigerante, licor, sorvetes e muito mais.
Cultura do chimarrão
Como o consumo do chimarrão é mais forte no Brasil no Rio Grande do Sul, a bebida acabou se tornando um símbolo da cultura e da identidade gaúcha. Sua importância é tanta que acabou ganhando até seu dia próprio de celebração. No dia 24 de abril é celebrado o Dia Estadual do Chimarrão. O chimarrão pode ser inserido nas mais diversas práticas do cotidiano como substituto para o café pela manhã ou companheiro em uma ida ao parque, academia ou até mesmo pelo simples prazer de se tomar chimarrão ao final da tarde, mas a sua ingestão está tão associada à vida dessa determinada população que também é associada a momentos de convívio em sociedade, seja em uma reunião informal ou até mesmo após um farto churrasco. Essa confraternização é conhecia como “Roda de Chimarrão”
A importância do chimarrão para o gaúcho
Por fazer parte da identidade de toda essa região do país, o chimarrão se tornou um símbolo de orgulho e reconhecimento que atrai diversos turistas e curiosos para tomarem chimarrão. Assim como é comum comer queijo em Minas Gerais e acarajé quando se visita Salvador, a importância gastronômica dessa bebida é notável pela atenção gerada. Devido a esse destaque do chimarrão que foram criados diversos eventos e locais que enaltecem essa importância como a Feira Nacional do Chimarrão em Venâncio Aires que é uma cidade conhecida como a Capital Nacional do Chimarrão. Foi criada inclusive a Rota do Chimarrão que reúne paisagens e atividades tipicamente gaúchas, combinando arquitetura, gastronomia e turismo rural. Os visitantes podem até participar de uma aula sobre a preparação da bebida. Na Escola do Chimarrão, os turistas aprendem a fazer 36 tipos diferentes de “chimas”, como é carinhosamente chamado, além de conhecerem as regras de etiqueta para compartilhar o “mate”.De acordo com o Ministério do turismo nos últimos quatro anos cerca de três mil pessoas passaram pelo local e tiveram contato com a história, o processo de fabricação e os dez “mandamentos” do chimarrão.
Chimarrão traz benefícios?
A bebida contém alcalóides (cafeína, metilxantina, teofilina e teobromina), taninos (ácidos fólico e caféico), vitaminas (A, B1, B2, C e E), sais minerais (alumínio, cálcio, fósforo, ferro, magnésio, manganês e potássio), proteínas (aminoácidos essenciais), glicídios (frutose, glucose, rafinose e sacarose), lipídios (óleos essenciais e substâncias ceráceas), além de celulose, dextrina, sacarina e gomas. Elimina a fadiga – É digestivo – É diurético – Contém sais minerais – Possui antioxidantes – Auxilia na regeneração das células – Estimula a atividade física.
Trata-se este assunto de uma ampla matéria… portanto abordarei novamente o assunto em colunas posteriores, agora ceve o seu Chimarrão e aproveite este momento. Verás o quão prazeroso é um Bom Chimarrão.
Eu apoio música gaúcha:
AGENDA GAÚCHA:
DEZEMBRO
- 14/DEZEMBRO/2018 – BAILE – XIQUITO E BORDONEIO – CTG TROPEIROS DA LEALDADE
- 15/Dezembro/2018 – JANTAR SHOWCOM WILSON PAIM – CTG ESTÂNCIA DO CHIMARRÃO
- 22/Dezembro/2018 – BAILE – ALMA GAUDÉRIA – CTG TROPEIROS DA LEALDADE
- 12/JANEIRO/2019 – JANTAR BAILE – GAÚCHO DA FRONTEIRA E OS CAIBATÉS –CTG TROPEIROS DA LEALDADE
Sintonize de segundas a sábados na MIX 94.7 CACHOEIRAFM – ALMA PAMPA
Segundas das 17 às 19.00 horas e de Terça a Sábado das 18.00 às 20.00 horas
Por: Marcos Silva – programaalmapampa@gmail.com
__________________________________________________________________________________________________________