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O adeus de Cleber

Crédito: Reprodução

Vereador. Vice-prefeito. Secretário municipal. Candidato a prefeito. Adeus. Seria injusto definir uma trajetória com tão poucas palavras. Mas em um mundo cada vez monossilábico, a tendência é justamente para pensamentos rasos e definições superficiais. Mas utilizar “Cleber Cardoso” e “superficial” na mesma frase não faz sentido. Desde o cadeado até ação no caso dos vendedores ambulantes, Cardoso pode receber vários adjetivos. Positivos e negativos, dentro do que a democracia permite. Menos “superficial”.

“Raso” é não admitir que foi preciso sair da zona cômoda em diversos episódios: escancarar um cadeado nas sessões da Câmara de Vereadores; na posição de prefeito em exercício, receber professores que tiveram portas fechadas no governo passado; agir e não apenas discursar na questão dos vendedores espalhados pelas calçadas… Colocar o nome para concorrer em um pleito com o então prefeito e um ex-deputado federal no páreo também pode estar na vasta lista.

Seu dom do discurso é inegável. Mais que isso: com uma estratégia lógica na construção dos argumentos. Alguns concordavam. Outros eram contrários. Mas por estar dentro do campo da razão, a narrativa de Cardoso gerava debate. “Parler”. Não coincidência, a expressão de origem francesa lembra “parlamento”. Falar. Discursar. E com as ideias postas, debater. Instrumentos da democracia. Avaliar a trajetória de Cleber Cardoso é viável pelo mesmo ambiente democrático. Razão. Lógica. Debate. Argumento. Contra-argumento. Qualquer cenário sem esses instrumentos é uma ameaça.

Apesar de jovem, Cardoso anunciou uma decisão: não será mais candidato. Sua mensagem comunicando a posição começa com a mesma “lógica” que orientou sua atividade pública aplicada na narrativa: início e fim. Se de fato é um “adeus” ou um “até logo”, talvez nem o próprio Cleber Cardoso ainda saiba.

Confira o comunicado na sua íntegra:

“Tudo na vida tem seu início e fim. E não seria diferente com a vida pública e política.

Hoje, através desta mensagem, gostaria de dizer aos meu amigos e eleitores que ao longo dos últimos 15 anos me confiaram sua esperança e voto nos cargos eletivos que disputei. NÃO SEREI CANDIDATO ANO QUE VEM e NEM NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES. Acredito que todas as oportunidades que tive, deixei testemunho e legado positivo. Saio feliz pela história e marcas positivas que deixei. Sigo agora apenas como colaborador no Podemos e principalmente aos amigos que seguem com a missão de nos representar, como é o caso do querido amigo e irmão, nosso vereador Eduardo Moyses. Quero fazer um agradecimento ao Podemos Estadual, na pessoa do presidente Marco Vieira, que na última terça feira me convidou para disputar as eleições ano que vem em âmbito Estadual ou Federal. Para mim é motivo de orgulho este reconhecimento vindo do Partido, que tão bem me acolheu. Porém agradeci e em reunião nesta quinta feira (22/04) com a executiva do partido externei minha decisão de NÃO participar mais de futuras eleições. Vereador por dois mandatos, secretário Municipal, vice prefeito e prefeito em exercício por algumas vezes, foi para mim motivo de orgulho e satisfação em ter alcançado estas conquistas. Por isso além de todos vocês amigos e familiares, preciso agradecer a Carol minha esposa por estar sempre ao meu lado em Todas as decisões e a Deus, por me sustentar e guiar até aqui. Tenho certeza que temos em nosso quadro de filiados pessoas prontas à continuar este legado, concorrendo a deputado, vereador e prefeito em próximas eleições.

Por fim, sei que o que estou fazendo é atípico no mundo “politico”. Porque quem está, não quer ou não pensa em sair mais. Outros serão eternos candidatos a “tudo” sempre, porque os projetos são apenas pessoais. Entendo que minha caminhada teve êxito e chegou até uma eleição para prefeito. Agora é cuidar dos negócios e da família, além de estar sempre a disposição para aconselhar nossos novos representantes, claro!

Gratidão. E que Deus abençoe a todos vocês e obrigado por tudo!”

– Cleber Cardoso

 

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