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Novo livro mergulha nos bastidores do Caso Kliemann

Autor Ricardo Düren e livro "O Caso Kliemann" / Crédito: Divulgação

Autor Ricardo Düren e livro "O Caso Kliemann" / Crédito: Divulgação

A noite chuvosa de 20 de junho de 1962 chegou acompanhada de uma notícia impactante para os moradores de Porto Alegre. Pelas ondas do rádio, repórteres descreviam o bárbaro assassinato de uma mulher de 38 anos, encontrada já sem vida após ser espancada dentro de sua própria casa, no Bairro Moinhos de Vento, um dos mais aristocráticos da Capital. Mas o que tornava aquele homicídio chocante, a ponto de transformá-lo em um dos episódios mais emblemáticos da crônica policial gaúcha, não fora apenas sua brutalidade ou o cenário suntuoso em que ocorreu, mas o nome da vítima.

Euclydes Kliemann/Foto oficial de campanha/Arquivo pessoal

Margit Mailaender Kliemann, a mulher assassinada, era esposa do deputado estadual Euclydes Kliemann, um dos mais ferrenhos opositores do governo na Assembleia Legislativa – e que também viria a ser morto no ano seguinte, ampliando ainda mais a comoção em torno do chamado Caso Kliemann. Euclydes morreu em um estúdio de rádio, com a emissora ao vivo, alvo de um tiro que ecoou nos receptores de milhares de ouvintes.

Confira o áudio:

 

https://ocorreio.com.br/wp-content/uploads/2024/04/3b09dac4-bcb4-4943-b13d-ad3c56d6e100.mp3?_=1

 

Os bastidores destes dois crimes, que chocaram o Rio Grande do Sul anos 1960, são o mote do novo livro de não ficção do jornalista Ricardo Düren, O Caso Kliemann e seus personagens misteriosos. Fruto de 15 anos de pesquisas, a obra mergulha nos meandros da investigações e mostra como o primeiro assassinato, o de Margit, acabou provocando o segundo, o de Euclydes.

Margit/Arquivo pessoal

Na obra, Düren detalha porque o inquérito sobre a morte de Margit, povoado por uma lista interminável de suspeitos inusitados e testemunhas duvidosas, nunca chegou ao verdadeiro assassino, fazendo do crime um dos grandes mistérios dos arquivos da polícia gaúcha. A investigação começou a descambar para a fantasia quando a polícia passou a caçar uma certa “Dama de Vermelho”, que teria sido vista saindo da cena do crime. Depois vieram novos suspeitos, desde ladrões baratos a personalidades da high society porto-alegrense. Para piorar o quadro, ainda apareceu uma cartomante, que jurava ter informações aterradoras sobre o caso.

Corpo de Margit sendo retirado da cena do crime/Reprodução da revista O Cruzeiro de 27 de agosto de 1963, sem identificação do autor

Tiro ao vivo

Mas o suspeito número 1 da polícia era mesmo o marido. Em meio a um cenário político turbulento, o deputado Euclydes Kliemann tornou-se manchete como o principal alvo das investigações. O parlamentar acabaria baleado por um rival político em 31 de agosto de 1963 nas dependências de uma rádio, em Santa Cruz do Sul, após ser acusado, ao vivo, de ser o autor da morte da esposa. O autor do tiro, o vereador Floriano Peixoto Karan Menezes, mais conhecido como Marechal, viria a ser condenado, mas uma dúvida paira até hoje: ele atirou em Kliemann em uma reação instintiva – conforme alegou –, ou teria sido marionete de uma conspiração política?

Capa livro “O Caso Kliemann”/Divulgação

Esses são alguns dos enigmas apresentados por Düren em uma obra de 248 páginas, também recheadas de fotografias da época. Disponível para compra na internet, o livro é impresso e distribuído para todo o Brasil pelo site do Clube de Autores (clique aqui para garantir o seu). Boa leitura!

Ricardo Düren/Divulgação

 


 

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