Comunidade regional aguarda uma solução para uma estrutura construída na década de 60. Foto: Divulgação
Cachoeira do Sul aguarda há exatamente um ano uma solução com relação à Ponte do Fandango, sobre o Rio Jacuí, na BR-153. Desde que uma rachadura foi localizada na estrutura que dá acesso ao vão central, o resumo do contexto é só promessa. Uma delas é de que será construída uma nova ponte, mas isto depende da elaboração de um projeto e a abertura do processo de licitação, o que até agora não aconteceu.
Neste um ano já aconteceu de tudo: interdição completa da Ponte do Fandango, implantação de um suporte de concreto embaixo da viga com rachadura, liberação em meia pista, liberação em duas pistas e depois passagem também para veículos de até 24 toneladas, promessa da construção de uma nova ponte, além da implantação de um serviço de balsa para travessia de veículos pesados no Rio Jacuí entre a Praia Nova e a Rua Moron.
O que a comunidade cobra é a construção de uma nova estrutura de ponte. A atual é antiga, foi construída em 1960, e desde então não teve manutenção. O que foi feito até agora pelo Dnit, órgão responsável por pontes e rodovias, foi a recuperação há algum tempo do vão central – sobre o Rio Jacuí – num investimento de cerca de R$ 10 milhões mas o restante da estrutura não recebeu a devida atenção.
Faltou mobilização?
Não. Viagens a Brasília foram feitas, audiências foram realizadas – no Ministério de Infraestrutura e até com o presidente da República – a Prefeitura pressionou o Dnit, assumiu o risco de liberar a passagem de veículos de até 24 toneladas pela Ponte do Fandango, empresas do setor de transporte – principalmente as arrozeiras – protestaram e a resposta sempre foi a mesma: uma nova ponte será construída.
Só que esta realidade prometida para o final do primeiro semestre e depois para o este semestre não se concretizou. Como existe passagem de veículos pela Ponte do Fandango, o caso parece não ser grave. Mas é sim. É importante ligação para escoamento da safra e também acessa as BR-290, BR-153 e RST-287. Ou seja, toda a região central necessita da ponte em perfeitas condições. A produção de grãos por meio de bitrens hoje não é escoada através da Ponte e isto representa custo para os produtores rurais e para as empresas.
NO TEMPO
29 de outubro de 2021. 22h. A data e o horário estão na história da Ponte do Fandango, porque foi quando ela foi interditada. Quem tomou a decisão? A Defesa Civil de Cachoeira do Sul alertada para um desnível no leito por caminhoneiros. No dia seguinte – um sábado – técnicos do Dnit, Polícia Rodoviária Federal, e representantes da Prefeitura constataram a gravidade do problema.
A solução emergencial encontrada foi a construção de um suporte de concreto embaixo da viga que estava com rachadura. Mas isto demorou. Somente em meados de novembro, o Dnit iniciou a obra. Neste meio tempo, sair ou chegar a Cachoeira do Sul ficou um caos. Rotas alternativas surgiram como a RST-287 que dava acesso a Rio Pardo/Pantano Grande/BR-290/Porto Alegre. Também neste período, surgiu a solução de um serviço de balsa no Rio Jacuí, entre a Praia Nova e a Rua Moron, que demorou para entrar em operação.
PARE E SIGA
Após a conclusão da obra do Dnit, o trânsito para veículos leves em uma pista foi liberado através do sistema Pare/Siga. Isto aconteceu no início de dezembro. Depois da virada do ano, a Prefeitura convenceu o Dnit de que deveriam ser liberadas as duas pistas da Ponte. Isto foi feito. Mas aí a Prefeitura teve deslocar funcionários para fiscalizar o tráfego e, em abril, veículos com até 24 toneladas foram autorizados o que acontece até os dias de hoje.
Enquanto isto, na segunda quinzena de novembro, entrou em operação a Balsa Deusa do Jacuí, trazida de Lajeado, para efetuar o transporte de veículos pesados. De lá para cá (meses de abril, maio e junho) foi uma interrupção do serviço a todo o momento devido às constantes cheias do Rio Jacuí. A balsa segue em funcionamento – mas que utiliza este transporte – tem que arcar com o valor que é cobrado pela travessia.
ATENÇÃO
Quem primeira se mexeu, quando foi constatada a rachadura em uma das estrutura da Ponte do Fandango, foi a Defesa Civil de Cachoeira do Sul. Naquele momento, o coordenador, Edson Júnior e sua equipe não tinham noção exata do problema e até houve um princípio de resistência. No entanto, após a ligação para o prefeito José Otávio Germano foi tomada a decisão e em seguida a regional do Dnit, localizada em Santa Maria, recebeu a notícia.
Ou seja, quem deveria agir no caso o Dnit, não correspondeu até agora. Quem se agilizou foi o atual governo municipal que atualmente está como responsável pelo trânsito na Ponte do Fandango. Até quando? Não se sabe.