Está nas mãos do governador do RS, Eduardo Leite, a decisão de nomear mais servidores para o Instituto Geral de Perícias (IGP), órgão de Segurança Pública responsável principalmente pela emissão de laudos periciais que são indispensáveis na construção de provas em inquéritos e processos criminais. A direção do IGP já encaminhou ao governo um pedido para nomeação de aprovados no último concurso, realizado em 2017.
A diretora-geral do IGP, Heloísa Kuser, recebeu em seu gabinete, em Porto Alegre, integrantes da Comissão de Aprovados no concurso. No encontro, realizado no último dia 20, ela informou que a necessidade de nomeação de mais servidores também é uma preocupação da direção do IGP. Heloísa reforçou esta preocupação ressaltando à Comissão que formalizou o pedido junto à SSP para que a demanda chegue ao governador Eduardo Leite.
A presidente da Comissão, Daiana Medeiros, frisou no encontro que o cadastro de reserva do concurso tem 250 aprovados aptos para nomeação imediata, mais os que posteriormente poderão ser convocados para avaliação psicológica e investigação social. “O governo precisa compreender que o trabalho da perícia é imprescindível para a concretização da justiça, e não pode continuar a ser desprestigiado comparado aos outros órgãos da segurança em relação a nomeação de mais servidores”, ressaltou a dirigente.
Ela ilustrou a necessidade de mais nomeações traçando um comparativo entre IGP e outras corporações da Segurança Pública. Em 2018, enquanto o IGP não teve nenhum servidor nomeado, a Brigada Militar convocou dois mil novos soldados, a Polícia Civil teve 400, a Susepe outros 150 agentes e o Corpo Bombeiros também nomeou 150. “Os 250 aprovados do IGP que já passaram por avaliação psicológica e investigação social e aptos para nomeação são muito poucos se comparados aos demais órgãos da Segurança. E fora esses 250, há ainda quase mil aprovados aguardando para serem chamados às primeiras avaliações”, frisa a presidente da Comissão de Aprovados, Daiana Medeiros.
O IGP conta hoje com apenas 715 servidores para atender os 497 municípios gaúchos. Por lei, o instituto deveria ter em seus quadros pelo menos 1.751 servidores, ou seja, o déficit passa de mil funcionários no Estado.
ATENÇÃO
Durante a campanha eleitoral, o governador Eduardo Leite – então candidato – comprometeu-se em repor os efetivos da Segurança Pública. Na plataforma de campanha enviada após questionamento do Portal OCorreio Digital, Leite e seu vice, delegado Ranolfo Vieira Júnior, ressaltam que as reposições ocorrerão de “forma responsável e anual”. “Acreditamos que é melhor constantes chamamentos para a reposição do efetivo do que deixar vários anos sem servidores para depois fazer um ‘grande’ chamamento. A Segurança Pública é importante demais para ser deixada apenas para o último ano de governo. Quanto a isso, já assumimos compromisso de, ainda no primeiro ano de governo, fazer um chamamento de novos servidores para minimizar o déficit atual”, diz o texto de campanha do atual governador.
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