Um dos principais produtores de azeite extravirgem do Brasil, o Rio Grande do Sul abriu a colheita da oliva. Com a presença do governador Eduardo Leite, do secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, e do chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, ocorreu a 9ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva, em Caçapava do Sul, município que integra a Rota das Oliveiras.
Além de Caçapava do Sul, os municípios de Bagé, Barra do Ribeiro, Cachoeira do Sul, Canguçu, Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado, Santana do Livramento e Sentinela do Sul concentram a maioria dos olivais.
Leite reconheceu a coragem e a resiliência daqueles que se aventuram a produzir no campo. “Além de todos os desafios jurídicos e econômicos de quem empreende no país, estão sujeitos ao imponderável do clima, que pode afetar as colheitas”, destacou.
As condições da safra 2018/2019 para a cultura foram positivas, resultando em 1,4 milhão de quilos de azeitonas. Isso culminou na produção de 198,6 mil litros de azeite extravirgem, envolvendo 11 fábricas. No Brasil, a produção foi de 240 mil litros.
Neste ano, no entanto, as condições da safra 2020/2021 foram abaladas devido a fatores climáticos. O presidente do Instituto Brasileiro da Olivicultura (Ibraoliva), Paulo Marchioretto, projeta uma expectativa de quebra de produção. “Devemos colher bem abaixo do esperado. Pouco frio e semanas de temperaturas elevadas proporcionaram uma floração desuniforme”, esclareceu. Ele lembra também que a floração, principalmente da arbequina, uma das variedades mais cultivadas no Estado, ocorreu mais tarde, em meados de outubro, quando houve um grande volume de chuvas.
Mesmo assim, a expectativa é de que a qualidade do óleo produzido se mantenha. “O volume da safra não interfere na qualidade dos azeites gaúchos, que se caracterizam pelo sabor intenso e picante devido à colheita com azeitonas ainda verdes. Acima de tudo, o nosso azeite chega às mesas dos consumidores com o frescor do azeite jovem”, ressalta Rosane Abdala, uma das proprietárias do pomar Don José, onde ocorreu a solenidade de abertura da colheita.
“Temos o compromisso de impulsionar a olivicultura no Estado. Além da importância para o mercado gastronômico, a produção de azeite e o cultivo das oliveiras se tornam um atrativo turístico, promovido pela Rota das Oliveiras”, ponderou o governador.
No Rio Grande do Sul, existem 35 marcas de azeite registradas. A olivicultura no Estado tem grande potencial de expansão e já cresceu de 80 hectares em 2006 para 6 mil hectares em 2020, cultivados por mais de 300 produtores em 65 municípios. De acordo com o Ibraoliva, a expectativa é de que, até 2025, o Brasil conte com 25 mil hectares plantados de olivas.
Estímulo à olivicultura
Para estimular a produção no Estado, o governo lançou, em 2015, o Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva), com o objetivo de intensificar a cooperação e as ações envolvendo instituições municipais, estaduais e federais e a iniciativa privada em prol da cultura. Coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, o Pró-Oliva está baseado em subprogramas de mudas de qualidade e defesa sanitária, pesquisa e assistência técnica, industrialização de azeites e de conservas e crédito e financiamentos.
Dois anos mais tarde, em 2017, depois de dezenas de reuniões da Câmara Setorial das Oliveiras, os produtores criaram o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Por fim, em 2019, foi promulgada uma lei que criou a Rota das Oliveiras, a fim de estimular o turismo olivícola.