Ícone do site Cachoeira do Sul em tempo real

MPRS denuncia 27 pessoas na Operação Fandango

Operação aconteceu em setembro do ano passado e afastou na época o prefeito, seis secretários e servidores. Foto: MPRS.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou nesta segunda-feira (16) 27 pessoas de Cachoeira do Sul investigadas na Operação Fandango, realizada em setembro do ano passado, quando foi determinado o afastamento do então prefeito José Otávio Germano e seis secretários, além de servidores. No entendimento do MPRS havia na Prefeitura uma “organização criminosa que lesou os cofres públicos em R$ 6 milhões com a participação de empresários”.

O MPRS fez a denúnca por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Núcleo Central, com o auxílio da Procuradoria da Função Penal Originária (PFPO). Os denunciados estão listados nos crimes licitatórios, de responsabilidade de prefeito, corrupção ativa e passiva, peculato (quando servidor se apropria de bens públicos), lavagem de dinheiro e organização criminosa no município de Cachoeira do Sul.

DOIS NÚCLEOS INVESTIGADOS 
A denúncia dos promotores de Justiça João Beltrame, coordenador do GAECO Central, e Mariana de Azambuja Pires, promotora de Justiça assessora da PFPO, apontou 30 fatos delituosos envolvendo dois núcleos de investigados – um político e outro empresarial – entre meados de 2021 e setembro de 2023 envolvendo a Prefeitura de Cachoeira do Sul e empresários de diversas áreas. Foram comprovadas vantagens políticas e patrimoniais para obtenção de poder, lucro e enriquecimento ilícito mediante crimes contra a administração pública.

O promotor João Beltrame destaca que, “após uma investigação robusta realizada pela PFPO, os autos vieram ao GAECO em razão da renúncia do então prefeito de Cachoeira do Sul. A partir deste momento, foi possível perceber a imensa gama de crimes cometidos pelos denunciados, os quais agiram associados em uma organização criminosa que atuava dentro da Prefeitura, lesando os cofres do município”. Para a promotora Mariana de Azambuja Pires, é “inegável que o chefe do Executivo Municipal criou uma estrutura formada por servidores, incluindo secretários, empresários e agentes privados, cuja função precípua foi canalizar recursos, de forma sistemática, às suas próprias mãos, para atendimento de interesses pessoais próprios, incorrendo a organização criminosa na prática de inúmeros delitos”.

INVESTIGAÇÃO
Após a realização da Operação Fandango, em setembro do ano passado, houve ainda o afastamento das funções públicas dos investigados, com proibição de frequentar as dependências do Poder Executivo local, bem como de manter qualquer espécie de contato com os demais alvos. Em relação aos empresários, foram cumpridos mandados de proibição de exercer direta ou indiretamente qualquer espécie de atividade de natureza econômica/financeira com o Poder Público e suspensão dos contratos firmados com o Município de Cachoeira do Sul.

PROPINA PARA OBRAS
Segundo os promotores Beltrame e Mariana, foram cobradas, por exemplo, propina para obras e serviços de iluminação pública, pavimentação, locação de veículos, transporte coletivo urbano, serviço de mecânica e até mesmo na obtenção de empréstimos, sem que valores fossem cobrados por agiotas, em troca de favores, mas sempre em prejuízo ao erário público. Conforme a denúncia oferecida ao Poder Judiciário, o prejuízo ao município ainda não foi concluído, na sua integralidade, mas já ultrapassa o valor de R$ 6 milhões.

Também houve fraudes em licitações para o serviço de pavimentação de ruas da cidade, modificação de contratos para favorecer empresas beneficiadas com aditivos, recebimento de propina para locação de automóveis, modernização da iluminação pública de Cachoeira do Sul, utilização indevida de bens públicos, bem como, alteração na tramitação de processo na área ambiental para favorecer empresário e desvio de valores envolvendo abastecimento de veículos.

QUEM SÃO OS DENUNCIADOS
Os denunciados são: ex-prefeito de Cachoeira do Sul, ex-procurador-geral do município, seis ex-secretários municipais, três ex-servidores e três atuais servidores públicos, seis empresários e mais seis pessoas físicas.

O QUE DIZ O PROMOTOR BELTRAME SOBRE AS DENÚNCIAS DA OPERAÇÃO FANDANGO

 

Sair da versão mobile