Morre o líder político Volny Figueiró

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Morre o líder político Volny Figueiró
CACHOEIRA DO SUL
20 de abril de 2024 - Volny Figueiró com Ulisses Guimarães em Cachoeira do Sul na carreata pelas Diretas Já. Foto: Reprodução.

Volny Figueiró com Ulisses Guimarães em Cachoeira do Sul na carreata pelas Diretas Já. Foto: Reprodução.

No início da tarde deste sábado (20) morreu no Hospital de Caridade e Beneficência (HCB), de Cachoeira do Sul, Volny José Rassier Figueiró, 83 anos. Ele se dedicou com afinco à vida política municipal e estadual e sempre foi reconhecido por sua expressiva liderança. Era respeitado por seus opositores.

Volny, entre inúmeras passagens na política, foi o coordenador – junto com outras lideranças – da realização do primeiro comício das Diretas Já no Rio Grande do Sul, realizado na Praça José Bonifácio, em Cachoeira do Sul, com a presença de líderes como Pedro Simon e Ulisses Guimarães.

O peemedemista da época mostrou ao Brasil que o movimento Diretas Já era uma realidade, tanto que a mobilização ganhou corpo em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, além de outras capitais. Volny fazia questão de dizer que o comício de Cachoeira foi um pontapé para uma mudança no país.

CARREATA PELAS DIRETAS JÁ

Em Cachoeira do Sul, sob a liderança de Volny e outros peemedebistas, foi realizada a Carreata das Diretas  com destaque para as presenças do deputado Ulysses Guimarães, senador Pedro Simon, ex-prefeito Acido Witeck, além de outras lideranças. A direção geral foi do “meu pai, Volny Figueiró, coordenador local do movimento”, registrou seu filho, Marcelo Figueiró, pelas redes sociais.

Como repórter, acompanhei de perto o entusiasmo de Volny Figueiró em suas atividades políticas. Ele tem outra passagem interessante: na virada de 1970 para 1980 quando o Brasil passou a ter dois partidos, Arena e MDB, Volny com uma pasta cheia de papéis passou a buscar filiados para o novo partido.

Transitava em todos os setores da cidade e do interior mantendo contatos e falando da formação do partido. “Mais uma liderança está no MDB”, sempre dizia, quando mostrava a ficha do partido assinada por um novo filiado. Foi um trabalho de “formiguinha”, mas que constituiu o MDB em Cachoeira. Era um orgulho para ele a conquista de novos filiados.

Volny carregava consigo a experiência. Foi vereador na 11ª Legislatura (1993 – 1996) da Câmara de Vereadores. Além disso, concorreu a prefeito em 1976 tendo Juracy Belinasso como vice. Exerceu o cargo de presidente da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) – hoje extinta – e foi, através de sua sabedoria política, que conduziu à Câmara de Vereadores o filho Luciano Figueiró em vários mandatos e atualmente, Marcelo Figueiró, sempre com a campanha organizada e silenciosa de Volny, que foi voz forte no MDB estadual sempre ao lado de Pedro Simon.

Volny Figueiró com a família

VOLNY TINHA A POLÍTICA NO SEU DIA A DIA
Na época em que corria de um lado para outro em busca de filiados para o MDB e organizar, desta forma a oposição no município, Volny percorria a cidade em um automóvel Dodge Polara, que era chamado de Doginho. Pelo seu uso constante, o Doginho estava com lataria desgastada e chamava atenção por onde passava. Quando alguém lhe perguntava alguma coisa sobre o carro, ele sempre respondia que não tinha problema. “Meu carro me leva aonde eu quero “, dizia. Volny fazia da política o seu dia a dia em qualquer circunstância.

VOLNY ERA UM GUERREIRO
“Eu desenvolvi uma amizade com mais de 20 anos com o Volny. Sempre foi um homem sincero na sua fala e nos seus ideais. Era um guerreiro na melhor acepção da palavra. O MDB lamenta a perda de um homem com visão antecipada dos movimentos necessários para a busca das melhores alternativas na busca de soluções dentro da legenda”. A manifestação é do presidente do MDB, Pastor Paulo.

Volny Figueiró deixa enlutados a esposa, Carmem Figueiró, os filhos, Luciano, Marcelo, Fabiana, genro noras e netos, além dos demais familiares e amigos. O falecimento ocorreu por volta das 12h45min deste sábado no HCB. O corpo está sendo velado na capela da funerária Madre Teresa, na Rua Ivo Becker, 45. O velório iniciará, às 19h, deste sábado. Já o sepultamento será realizado neste domingo (21), às 11h no Cemitério Municipal de Cachoeira do Sul.