O mercado do arroz no Rio Grande do Sul segue com variações contidas nos preços, refletindo um embate entre produtores e compradores. A comercialização tem ocorrido de forma lenta, com negociações travadas devido a estratégias opostas entre os agentes do setor.
De um lado, os produtores tentam acelerar as vendas para liberar espaço nos armazéns e garantir fluxo de caixa. Do outro, os compradores mantêm postura conservadora, adquirindo volumes reduzidos e pressionando por prazos de pagamento mais longos. Essa dinâmica tem levado algumas indústrias a ajustarem suas propostas para assegurar matéria-prima suficiente para o processamento.
Segundo o Cepea, o Indicador CEPEA/IRGA-RS registrou, em 21 de janeiro, R$ 99,77 por saca de 50 kg, com leve alta de 0,38% no dia e avanço mensal de 0,63%. Já as previsões para 2025 apontam um aumento de 14% na produção brasileira, alcançando 12,1 milhões de toneladas, conforme projeção da Conab. O crescimento esperado está ligado à ampliação da área plantada e à melhoria na produtividade, mas a influência do fenômeno climático La Niña segue como fator de risco para a safra.
Além disso, o governo federal reajustou o preço mínimo do arroz para a temporada 2024/2025. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a saca de 50 quilos de arroz longo fino tipo 1 passou de R$ 60,61 para R$ 63,64, um acréscimo de 5%. Esse reajuste pode impactar as negociações e a precificação ao longo do ano.
Diante desse cenário, produtores e indústrias devem acompanhar atentamente não só os fatores climáticos e econômicos, mas também as medidas governamentais que podem influenciar a dinâmica do setor. O mercado segue cauteloso, aguardando definições que possam trazer maior previsibilidade aos preços e ao fluxo de comercialização.